Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais(1).
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais(1).
Numa primeira abordagem sugere-se que cada um proceda às pesquisas que entender, de modo a ficar com uma panorâmica geral sobre os métodos de recolha de dados, seja em pesquisas relacionadas com a investigação positivista e quantitativa, quer com a investigação interpretativa e qualitativa. A partir desta pesquisa genérica, focaremos o nosso estudo na utilização do questionário enquanto técnica quantitativa de recolha de dados e na utilização da entrevista como técnica de recolha de dados usada em investigação qualitativa.
Aqui fica o resultado da pesquisa efectuada pela equipa Cortomaltese, acerca dos Métodos de recolha de dados
Os dados em investigação educacional
Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais.
Métodos
• Método extensivo (método de medida)
- implica a observação, por meio de um conjunto organizado de perguntas directas ou indirectas, de populações relativamente vastas, a fim de obter respostas susceptíveis de serem tratadas quantitativamente. -
Objectivo geral do inquérito por questionário:
- obter de maneira sistemática e ordenada informação sobre uma determinada população a investigar, ou seja, aquilo que fazem, pensam, opinam, sentem, aprovam ou desaprovam, os motivos dos seus actos…
Objectivos específicos do inquérito por questionário:
- Estimar grandezas “absolutas” – número de pessoas que gostaria de receber formação; número de pessoas com uma certa opinião;
- Elaborar uma estimativa das grandezas “relativas” – criar tipologias. Por exemplo, para cada grupo da população criar estimativas sobre o interesse em determinada intervenção formativa;
- Descrever uma população ou sub-população
- Determinar as características de uma população, dos que afirmam ter uma certa opinião, etc;
- Verificar hipóteses – relações entre duas ou mais variáveis.
Instrumento rigorosamente estandardizado tanto no texto como na ordem das questões…
- … de forma a garantir a comparabilidade das respostas de todos os indivíduos…
- … logo, as questões devem ser colocadas sempre da mesma forma, sem adaptações nem explicações adicionais por parte do inquiridor…
- … se surgir essa necessidade é porque a questão foi mal formulada.
“Uma boa questão nunca deve sugerir uma resposta em particular, não deve exprimir nenhuma expectativa e não deve excluir nada do que possa passar pela cabeça da pessoa a quem vai ser colocada.”
As questões
Uma boa pergunta é aquela que:
- Não influencia a resposta;
- Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da informação que se pretende obter;
- Deve ser formulada de forma a requer uma afirmação ou negação ou, então a eleição de uma categoria (sobretudo as perguntas fechadas);
- Deve ser redigida de forma compreensível em função das características das pessoas a que se dirigem;
- Deve ser formuladas sem invocar pré –juízos;
- Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira a não ferir a susceptibilidade do inquirido;
- Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na formulação das perguntas:
- Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande esforço de memória;
- Redigi-las de forma pessoal e directa;
- Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);
- Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou valorativas (muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;
- Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível (pensar em quem vai responder ao questionário);
- Pensar no tipo de informação que queremos;
- Pensar se queremos uma resposta geral ou específica
Perguntas a evitar
Perguntas múltiplas (com várias ideias);
Perguntas persuasivas;
Perguntas indefinidas.
O vocabulário
- Verificar se as palavras significam exactamente o que se quer dizer (significado pessoal/significado comum);
- Se não têm outro sentido e, se assim for, se está empregue no contexto que se deseja abordar;
- Se não se prestam a confusão (oral ou por escrito) com outra palavra;
- Se não existirão sinónimos mais fiáveis.
O número e ordem das perguntas
- O questionário deve conter todas as questões necessárias e nenhuma desnecessária;
- Deve ser o mais curto possível;
- Não deve começar com perguntas difíceis. Fazer as questões delicadas a meio do questionário, quando já está criada alguma empatia;
- Evitar colocar seguidas duas questões cuja resposta de uma influencia a resposta da outra (efeito “contágio”);
- Todas as perguntas sobre um aspecto devem aparecer juntas (blocos temáticos);
- Evitar monotonia ou cansaço. Intercalar, em sítios estratégicos, perguntas abertas com fechadas, etc.;
- Começar com perguntas interessantes, que motivem o inquirido. Acabar com perguntas de identificação (não requerem esforço de memória).
O pré-teste
Permite verificar se:
- todas as questões são compreendidas;
- todas as questões são compreendidas da mesma forma por todos (a forma prevista pelo investigador);
- algumas questões são difíceis;
- a lista de categorias de resposta contemplam todas as respostas possíveis;
- todas as respostas são aceites pelas pessoas ou há alguma que provoque recusas (questões sensíveis/assunto desconhecido);
- a ordem das questões é aceitável;
- há rupturas (passagem sem lógica para outro assunto);
- algumas questões influenciam a resposta de outra;
- há questões inúteis (quando todos dão a mesma resposta).
Preenchimento do questionário
- Questionário administrado pelo inquiridor (por entrevista);
- Pelo telefone (não capta reacções);
- Questionário auto-administrado (indicado para questões mais delicadas);
Ética
- Informar os inquiridos da origem, objectivos e entidade que promove o estudo;
- Garantir total liberdade de querer ou não participar ou mesmo abandonar a meio o questionário;
- Garantir o anonimato da informação e questionar o inquirido, se esse for o caso, da possibilidade de os dados poderem ter outro uso, o qual ele deve autorizar.
Grupo - se o objectivo é recolher informação de vários participantes e características comuns
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Directiva - guião da entrevista é rígido, a ordem das perguntas respeita uma lógica
Semi-directiva - o entrevistador conhece os temas sobre os quais tem que recolher informação, mas a ordem e a forma de questionar é livre
Não directiva - convida-se o entrevistado a organizar o seu discurso a partir de um tema proposto e o entrevistador só intervém para encorajar.
Semi-estruturada – o objectivo é a obter dados, obtidos de diferentes entrevistados, passíveis de comparar . Pode haver flexibilidade na ordem
Não estruturada – as questões são colocadas de acordo com o decorrer da conversa. Não existe ordem predefinida
2. Selecção da população e da amostra alvo
3. Definição da temática e dos objectivos da entrevista
4. Estabelecimento do meio de comunicação (oral, escrito,telefone, e-mail, etc), espaço onde decorre a entrevista e do tempo
5. Descriminação das características e perguntas do guião
6. Produção e aspecto gráfico do guião
Aqui fica o resultado da pesquisa efectuada pela equipa Cortomaltese, acerca dos Métodos de recolha de dados
Os dados em investigação educacional
Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais.
- Procedimento lógico da investigação empírica ao qual compete seleccionar técnicas de recolha e tratamento da informação adequadas, bem como controlar a sua utilização.
- São conjuntos de procedimentos bem definidos e transmissíveis, destinados a produzir certos resultados na recolha e tratamento da informação requerida pela actividade de pesquisa (inquérito por questionário, entrevista, o teste...). Métodos
• Método extensivo (método de medida)
- implica a observação, por meio de um conjunto organizado de perguntas directas ou indirectas, de populações relativamente vastas, a fim de obter respostas susceptíveis de serem tratadas quantitativamente. -
• recurso a populações amplas
• pressupõe o recurso a técnicas de amostragem
• os dados são quantitativamente analisados (classificações, contagem e apresentação).
• Método Intensivo (estudo de casos)
- consiste no exame intensivo, ou seja, em profundidade, utilizando todas as técnicas disponíveis, com a finalidade última de obter uma ampla compreensão do fenómeno na sua totalidade. -
Principais técnicas de recolha de dados
Inquérito por questionário
Vantagens
– Torna possível a recolha de informações sobre grande número de indivíduos;
– Permite comparações precisas entre as respostas dos inquiridos;
– Possibilita a generalização dos resultados da amostra à totalidade da população.
Desvantagens
– O material recolhido pode ser superficial. As perguntas padronizadas não permitem captar diferenças de opinião significativas ou subtis entre os inquiridos;
– As respostas podem dizer respeito mais ao que as pessoas dizem que pensam do que ao que efectivamente pensam – importância da relação inquiridor/inquirido;
– Forma como é aplicado pode penalizar o curso do trabalho de investigação;
– Formulação das questões é muito exigente (forma/linguagem…);
– Técnica que implica custos elevados.
O inquérito é a aplicação de um questionário com perguntas concretas sobre uma determinada realidade, as quais devem suscitar no inquirido respostas sinceras e claras. Posteriormente, essas respostas virão a ser cientificamente analisadas e classificadas.Objectivo geral do inquérito por questionário:
- obter de maneira sistemática e ordenada informação sobre uma determinada população a investigar, ou seja, aquilo que fazem, pensam, opinam, sentem, aprovam ou desaprovam, os motivos dos seus actos…
Objectivos específicos do inquérito por questionário:
- Estimar grandezas “absolutas” – número de pessoas que gostaria de receber formação; número de pessoas com uma certa opinião;
- Elaborar uma estimativa das grandezas “relativas” – criar tipologias. Por exemplo, para cada grupo da população criar estimativas sobre o interesse em determinada intervenção formativa;
- Descrever uma população ou sub-população
- Determinar as características de uma população, dos que afirmam ter uma certa opinião, etc;
- Verificar hipóteses – relações entre duas ou mais variáveis.
Instrumento rigorosamente estandardizado tanto no texto como na ordem das questões…
- … de forma a garantir a comparabilidade das respostas de todos os indivíduos…
- … logo, as questões devem ser colocadas sempre da mesma forma, sem adaptações nem explicações adicionais por parte do inquiridor…
- … se surgir essa necessidade é porque a questão foi mal formulada.
“Uma boa questão nunca deve sugerir uma resposta em particular, não deve exprimir nenhuma expectativa e não deve excluir nada do que possa passar pela cabeça da pessoa a quem vai ser colocada.”
As questões
Uma boa pergunta é aquela que:
- Não influencia a resposta;
- Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da informação que se pretende obter;
- Deve ser formulada de forma a requer uma afirmação ou negação ou, então a eleição de uma categoria (sobretudo as perguntas fechadas);
- Deve ser redigida de forma compreensível em função das características das pessoas a que se dirigem;
- Deve ser formuladas sem invocar pré –juízos;
- Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira a não ferir a susceptibilidade do inquirido;
- Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na formulação das perguntas:
- Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande esforço de memória;
- Redigi-las de forma pessoal e directa;
- Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);
- Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou valorativas (muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;
- Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível (pensar em quem vai responder ao questionário);
- Pensar no tipo de informação que queremos;
- Pensar se queremos uma resposta geral ou específica
Perguntas a evitar
Perguntas múltiplas (com várias ideias);
Perguntas persuasivas;
Perguntas indefinidas.
O vocabulário
- Verificar se as palavras significam exactamente o que se quer dizer (significado pessoal/significado comum);
- Se não têm outro sentido e, se assim for, se está empregue no contexto que se deseja abordar;
- Se não se prestam a confusão (oral ou por escrito) com outra palavra;
- Se não existirão sinónimos mais fiáveis.
O número e ordem das perguntas
- O questionário deve conter todas as questões necessárias e nenhuma desnecessária;
- Deve ser o mais curto possível;
- Não deve começar com perguntas difíceis. Fazer as questões delicadas a meio do questionário, quando já está criada alguma empatia;
- Evitar colocar seguidas duas questões cuja resposta de uma influencia a resposta da outra (efeito “contágio”);
- Todas as perguntas sobre um aspecto devem aparecer juntas (blocos temáticos);
- Evitar monotonia ou cansaço. Intercalar, em sítios estratégicos, perguntas abertas com fechadas, etc.;
- Começar com perguntas interessantes, que motivem o inquirido. Acabar com perguntas de identificação (não requerem esforço de memória).
O pré-teste
Permite verificar se:
- todas as questões são compreendidas;
- todas as questões são compreendidas da mesma forma por todos (a forma prevista pelo investigador);
- algumas questões são difíceis;
- a lista de categorias de resposta contemplam todas as respostas possíveis;
- todas as respostas são aceites pelas pessoas ou há alguma que provoque recusas (questões sensíveis/assunto desconhecido);
- a ordem das questões é aceitável;
- há rupturas (passagem sem lógica para outro assunto);
- algumas questões influenciam a resposta de outra;
- há questões inúteis (quando todos dão a mesma resposta).
Preenchimento do questionário
- Questionário administrado pelo inquiridor (por entrevista);
- Pelo telefone (não capta reacções);
- Questionário auto-administrado (indicado para questões mais delicadas);
Ética
- Informar os inquiridos da origem, objectivos e entidade que promove o estudo;
- Garantir total liberdade de querer ou não participar ou mesmo abandonar a meio o questionário;
- Garantir o anonimato da informação e questionar o inquirido, se esse for o caso, da possibilidade de os dados poderem ter outro uso, o qual ele deve autorizar.
Entrevista
Entrevista é uma situação, mais ou menos formal, provocada pelo entrevistador. Decorre num espaço e num tempo que estruturam a interacção durante a entrevista.
Como caracterizar as entrevistas quanto ao número de sujeitos inquiridos?
Individual - se o objectivo é recolher informação sobre o entrevistado, pode não seguir uma estrutura rígida Grupo - se o objectivo é recolher informação de vários participantes e características comuns
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Directiva - guião da entrevista é rígido, a ordem das perguntas respeita uma lógica
Semi-directiva - o entrevistador conhece os temas sobre os quais tem que recolher informação, mas a ordem e a forma de questionar é livre
Não directiva - convida-se o entrevistado a organizar o seu discurso a partir de um tema proposto e o entrevistador só intervém para encorajar.
Como diferenciar entrevistas quanto à estruturação?
Estruturada – obedece a estruturação prévia para a sua concretização. Obedece a uma ordem rígida” Semi-estruturada – o objectivo é a obter dados, obtidos de diferentes entrevistados, passíveis de comparar . Pode haver flexibilidade na ordem
Não estruturada – as questões são colocadas de acordo com o decorrer da conversa. Não existe ordem predefinida
Como construir um guião para uma entrevista?
1. Caracterização dos entrevistados (idade, escolaridade, localidade,…)2. Selecção da população e da amostra alvo
3. Definição da temática e dos objectivos da entrevista
4. Estabelecimento do meio de comunicação (oral, escrito,telefone, e-mail, etc), espaço onde decorre a entrevista e do tempo
5. Descriminação das características e perguntas do guião
6. Produção e aspecto gráfico do guião
7. Validação da entrevista pela análise critica, por outros indivíduos de relevo