sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Resumindo...

Resumindo em traços gerais as intervenções realizadas pelos colegas neste fórum, foram realizadas as seguintes  abordagens:

a) Métodos quantitativos;
b) Técnicas de recolha de dados;
c) O questionário;
d) Objectivos do questionário;
e) Vantagens e desvantagens do questionário;
f) Dicas para a construção do questionário;
g) Tipos de questão;
h) Dicas para a construção das questões;
i) A entrevista;
j)Vantagens e desvantagens da entrevista;

Qualquer uma das técnicas utilizadas tem vantagens e desvantagens, devemos sim aplicar aquela que considerarmos a mais indicada de acordo com o objectivo do estudo e do conhecimento prévio sobre o fenómeno a abordar

Fórum - Métodos quantitativos de recolha de dados - 2ª intervenção

Actualmente, a Internet apresenta-se como uma forma de recolha de dados revolucionária e facilitadora. No entanto, os perigos não devem ser colocados de lado, como os critérios de manutenção de qualidade de informação. O manancial informativo é imenso e cabe ao investigador ter o máximo cuidado nos conteúdos que utiliza da rede global.
Pouco se falou dos questionários on-line, e como eles podem simplificar tanto o processo de recolha como o do tratamento dos dados. Segundo (CROMPTON, 1999) “uma das desvantagens na administração de questionários é justamente em obter uma quantidade útil de respostas.” Uma outra desvantagem refere-se à organização dos dados para análise, já que a maioria dos questionários é aplicada em papel ou por meio electrónico sem uma estrutura adequada, como um questionário via e-mail, por exemplo. Desse modo, uma boa avaliação através de questionários deve abranger recolha e análise de respostas de forma eficiente. Para isso, é desejável um sistema que automatize ao máximo esse processo. Um gerenciador de questionários necessita disponibilizar vários tipos de questões para atender a diversas necessidades. Alguns exemplos são: questões objectivas, questões abertas, questões de resposta numérica, entre outras. Preferencialmente, o questionário deve estar disponível para o entrevistado de forma fácil e acessível, e a recolha dos dados deve ser automatizada. Outro requisito muito importante é que a publicação dos questionários seja acessível a não técnicos, porque limitava à partida quem não se sinta à vontade com as tecnologias, quer como criador do questionário, quer como elemento que o responde. Assim, e referindo-me à possibilidade de facilitar ao máximo a técnica por questionário com todas as desvantagens que isso possa trazer, como qualquer método, a possibilidade de serem feitos on-line tem também as suas vantagens.

Quadro síntese

Fórum - Métodos quantitativos de recolha de dados

As investigações dentro do paradigma positivista utilizam métodos quantitativos para recolher dados empíricos (seja de métodos experimentais ou quase experimentais, ou métodos que procuram relações de causa-efeito com objectivos de generalização, etc.)
Contudo, também investigações no âmbito de paradigmas naturalistas e do paradigma sociocrítico faz uso de dados quantitativos. Investigações de natureza exploratória, de entrada no campo recolhem dados por vezes misturando técnicas quantitativas e qualitativas.
´Nesta raiz pretende-se fazer um apanhado geral da recolha de dados usando técnicas quantitativas, discutir as suas vantagens e procurar ver em que casos elas serão úteis.
Aqui fica a minha 1ª intervenção no fórum de  participando assim na discussão
Após as intervenções dos colegas, corro o sério risco de me repetir, pelo que, após as minhas pesquisas, apenas irei focar, neste primeiro post, algumas informações recolhidas sobre métodos de recolha de dados em ciências sociais.
Ferreira de Almeida e Madureira Pinto no livro “Investigação em Ciências Sociais”(1990, Presença) referem como métodos de observação não participante:
- Entrevistas (clínica, em profundidade, centrada)

- Testes e Medida de atitudes e opiniões
- Inquérito por questionário
Ghiglione e Matalon no livro “Teoria e Prática” (1995, Celta) definem:
Observação “um olhar sobre uma situação sem que esta seja modificada”
Inquérito “interrogação particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objectivo de generalizar”Experimentação “interrogação particular sobre uma situação criada e controlada pelo investigador”
Estudo dos vestígios “forma de observação diferida, que por necessidade não interpreta directamente o fenómeno que interessa, mas apenas algumas das suas consequências”

Ernest Greenwood (in análise social, n.º11, vol III, 1965) define o Estudo de Caso como método de recolha de dados sendo o “exame intensivo, tanto em amplitude como em profundidade, e utilizando todas as técnicas disponíveis, de uma amostra particular, seleccionada de acordo com determinado objectivo”
Em jeito de síntese, aqui fica a perspectiva dos autores, num quadro com informação adaptada de QUIVY, Raymond & CAMPENHOUDT, LucVan (1992), Manual de Investigação em Ciências Sociais (187-207)- Gradiva

Análise à dissertação - II

A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada:  inquéritos realizados a:
-  350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110  professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).
É indicado o método usado na definição da amostra?
O estudo tinha delineados os objectivos gerais e considerações sobre o que se pretendia estudar (Capítulo 1). O estudo incidiu sobre dois grupos de sujeitos (p.64). A caracterização da amostra onde foi aplicado o questionário foram escolas da zona Norte, dos distritos de Porto e Bragança, para permitir comparar os resultados entre o litoral e o interior, pelas situações geográficas que apresentam (como favorável e desfavorável) e diferentes estilos de vida que poderiam apresentar resultados diferentes. O critério de selecção foi a existência de professores que mostraram interesse em colaborar, bem como a presença de computadores com ligação à Internet ao dispor dos alunos. As escolas seleccionadas foram básicas 2, 3 (1 em cada distrito) e secundárias (2 no distrito do Porto e 1 no de Bragança) e os anos de escolaridade seleccionados foram o oitavo e nono anos.
As escolas seleccionadas obedeceram “a critérios relacionados com a existência de elos de comunicação” pelos contactos entre professores e alunos.
Os questionários foram realizados durante o ano de 2004 /2005.
Não estão claramente definidos métodos na definição da amostra, mas de acordo com o especificado acima, e na tese em análise.
Não é especificado o método formal de amostragem. Pela informação constante no documento pode-se aferir que é um método não aleatório[1], pela escolha clara do público a questionar onde se podem destacar, os métodos de amostragem:
- por conveniência (“Os casos escolhidos são os que estão facilmente disponíveis” e a selecção é do critério do entrevistador);
- por quotas (é escolhida não aleatória de tamanho determinado pela fracção de amostragem;
- Intencional snowball ou bola-de-neve (o grupo inicial de indivíduos escolhidos identifica outros com as características da população alvo).
Este tipo de amostragem não aleatória comporta desvantagens como:
a) a amostra de casos não é necessariamente representativa do universo;
b) “não permite extrapolar com confiança para o universo os resultados e conclusões tiradas a partir da amostra “;

Como vantagens podem destacar-se por serem métodos mais rápidos, baratos.
[1] O método aleatório consiste num sorteio absolutamente aleatório da amostra de incidência. Este método dá iguais possibilidades a todos os elementos representativos a estudar, no entanto,  pode ser mais dispendioso e complexo na execução.
O método não aleatório não é aconselhável quando se pretende extrapolar para o universo os resultados e conclusões obtidas com a amostra, mas pode ser útil para testar as primeiras versões de um questionário.
http://sebenta.janjos.com/index.php/AMOSTRAGEM#M.C3.A9todos_de_amostragem_casual_.28m.C3.A9todos_probabil.C3.ADsticos.29 http://www.infopedia.pt/$amostra-(estatistica)
O questionário usado foi objecto de validação prévia?
O questionário usado foi validado pela elaboração prévia de uma primeira versão “submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores.”
“As dificuldades, dúvidas e sugestões dos intervenientes permitiram corrigir aspectos de forma e conteúdo”, tendo sido reformuladas duas questões e acrescentados tópicos às opções de outra pergunta (p. 66).

No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
Os dados foram analisados estatisticamente, no programa Excel, e apresentados os resultados percentualmente (p.67) e interpretados de acordo com os objectivos em estudo.
No estudo sobre “A interacção com a Internet” foi apresentada a metodologia, através da observação directa (p. 14; p. 84).

Análise da dissertação

Depois de uma pesquisa  individual sobre os métodos de recolha de dados, foi opção da equipa CortoMaltese realizar em grupo ( de acordo com o C.A) a análise à dissertação Neto, C. (2006). O papel da internet no processo de construção do conhecimento.
A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
No primeiro capítulo, pag. 12-13, a autora apresentou claramente 4 objectivos gerais que deram lugar a este estudo, os quais passamos a citar:
- Verificar as condições de acesso à Internet (professores e alunos).
- Caracterizar a relação de professores e alunos com a Internet, numa perspectiva comparativa.
- Analisar as representações dos dois grupos, no que respeita à Internet e ao seu papel na sociedade, em geral, e na educação formal, em particular.
- Averiguar a forma como os alunos realizam uma pesquisa na Internet.

Nas pag. 64 e 65 da sua dissertação mencionou claramente ainda os objectivos específicos do estudo, nomeadamente:
- Verificar a facilidade de acesso (ou não) à Internet.
- Verificar a frequência de acesso à rede.
- Apurar as razões de uma fraca navegação na Internet (se for o caso).
- Identificar os interesses que motivam o acesso à rede.
- Caracterizar a relação dos dois grupos com a Internet, em termos técnicos.
- Identificar as representações que os actores educativos têm acerca dos
   conteúdos presentes na rede e sua organização.
- Verificar o grau de importância atribuída à Internet.
- Aquilatar o grau de confiança relativamente aos conteúdos que circulam na Internet.
- Comparar as perspectivas e práticas dos dois grupos alvo.
Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
Embora fosse referido o passo da validação do questionário e da respectiva correcção, referindo a autora que o questionário foi submetido “à validação prévia necessária a um pequeno grupo de alunos e professores, tarefa esta que levou a correcção de aspectos de forma e conteúdo”, pensamos que a autora não apresenta de forma clara os passos subjacentes à construção do questionário. Mas informa que "os instrumentos de investigação utilizados foram dois questionários, um destinado a professores e outro aos alunos, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos". Apresenta também, em anexo, os referidos questionários
Também não foram referidas questões de ética especificamente no que se refere aos questionários.
A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada:  inquéritos realizados a:
-  350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110  professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).