sábado, 30 de outubro de 2010

Fluxogramas, debate

Discussão em fórum dos fluxogramas produzidos; debate sobre as etapas do processo de investigação; debate sobre os métodos de investigação em educação.
A minha primeira interveção no debate, versava sobre  quais os paradigmas em investigação educacional?
Que relação entre paradigmas e métodos?

Como já foi referido em posts anteriores, actualmente são três os modelos de referência (apesar de não ser consensual a sua divisão e até a sua terminologia):
- Quantitativo ( positivista, empírico-analítico, racionalista);
- Qualitativo (Interpretativo, hermenêutico, naturalista);
- Socio-critico (ou emancipatório).
O paradigma da investigação dita quantitativa tem sido o dominante da investigação social, na qual se inclui naturalmente a educação. O paradigma positivista tem da realidade uma noção estática, simplificadora e convergente. Neste paradigma o investigador situa-se num plano externo em relação à investigação, podendo assumir um papel mais neutro e não integrativo enquanto o sujeito é um simples objecto da investigação.
As análises de Kuhl (1970) foram responsáveis pela mudança de paradigma, por o anterior se mostrar incapaz de resolver ou responder a problemas que se iam colocando. Apareceu assim a investigação qualitativa (também conhecida como interpretativa), dando mais importância aos pormenores descritivos, onde são consideradas várias interpretações da realidade, consoante o número de investigadores. Em relação ao terceiro paradigma, sócio-critico, mais abrangente, o objecto de investigação recai na sociedade, nos grupos e indivíduos.
Segundo Bravo (1998) este paradigma, baseia-se nos seguintes pressupostos: a)- nem a ciência nem os procedimentos metodológicos empregues são "assépticos" puros e objectivos. A investigação constrói-se a partir das necessidades naturais da espécie humana e depende das condições históricas e sociais. A ciência é apenas um tipo de conhecimento entre outros;
b)- o tipo de explicação da realidade que oferece a ciência não é objectiva nem neutra, o conhecimento humano possui três interesses: técnico, prático e emancipatório;
c)- é a ideologia que possibilita a compreensão do real de cada indivíduo, descobrindo os seus verdadeiros interesses. A emancipação realiza-se nos aspectos libidinal, institucional e ambiental.
Tentando colaborar no debate, há uma frase que a Alexandra escreveu, que de alguma forma me suscitou interesse, e que passo a citar "…Caberá aos investigadores decidir qual o paradigma que melhor se adapta ao problema que levantaram e para o qual procuram conclusões relevantes…"
Deixo então a seguinte questão:
Será que a definição do problema e das questões metodológicas é subsidiária do paradigma de investigação ou o paradigma é subsidiário da definição do problema e das questões metodológicas?

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