segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reflexão Final

Metodologias de Investigação em Educação (MIE), esta unidade curricular teve um  papel de destaque neste mestrado. Os conteúdos leccionados permitiram  obter competências na investigação no ensino, com temáticas pertinentes e que julgo estarem de acordo com os objectivos da unidade curricular. Estas aprendizagens permitiram-me  desenvolver as competências necessárias para a realização de uma futura  dissertação de mestrado, a saber:
- Projectar uma investigação em Educação;
- Realizar pesquisas relevantes e seleccionar a informação relevante para os   fins em vista;
- Proceder a uma revisão da literatura sobre um dado campo, analisando criticamente a informação pesquisada;
- Seleccionar e aplicar métodos e técnicas de investigação, tendo em conta os objectivos da investigação;
- Proceder à análise e interpretação dos dados recolhidos numa investigação;
- Analisar criticamente o relatório de uma investigação;
            - Adoptar uma postura ética na actividade investigativa;
- Reflectir criticamente sobre o percurso pessoal

À semelhança de outras unidades curriculares, também aqui foi opção do professor, realizar trabalhos em grupo. Os colegas de grupo Carlos Carvalho, Catarina Oliveira e Maria Francisco, foram exemplares na contribuição que deram para o bom desenvolvimento dos trabalhos.
As tarefas realizadas ao longo deste semestre a MIE, foram diversificadas:
- Leitura e pesquisa individual;
- Trabalho de grupo, utilizando os chats/msn;
- Participação nos fóruns;
- Criação e actualização de um e-portefólio.

O acompanhamento do professor no desenrolar das tarefas propostas, dando indicações, respondendo a dúvidas e  propondo soluções, foi extremamente importante para o sucesso de todo o processo. Factor essencial em aprendizagens à distância.
A frequência desta unidade curricular constituiu mais um desafio no caminho a percorrer ao longo deste mestrado. Foi mais uma oportunidade de reflectir , de entender, de conhecer os procedimentos metodológicos que norteiam e permitem a realização de uma investigação no campo da Educação.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

d) Quais as principais implicações/conclusões?

Neste estudo, parece ser possível concluir-se que, a planificação, construção e implementação de actividades de investigação são tarefas que podem ser levadas a cabo nas aulas, através de um trabalho colaborativo entre investigador educacional e professor, permitindo aproximar a teoria à prática.
Esta metodologia pretende ser uma ponte entre investigadores e professores, permitindo o estabelecimento de estratégias de ensino inovadoras. Estas estratégias de ensino, baseadas num planeamento de práticas com fundamentações teóricas, poderão contribuir para uma melhoria da investigação educacional, um aumento da formação dos professores e a um desenvolvimento de competências por parte dos alunos.

c) Que dificuldades antecipam na sua implementação?

Tal como já foi referenciado por diversos colegas, a questão temporal tem muita influência, tornando-se por vezes impossível de implementar esta metodologia.
Parece-me que este tipo de investigação assenta numa lógica colaborativa. Baptista (nd) fala mesmo em DBR colaborativa. Uma colaboração, que na óptica de Habermas (1990) permite, através de uma acção estratégica, a construção conjunta actividades de investigação, fundamentadas teoricamente, para serem implementadas, por exemplo, na sala de aula e posteriormente discutidas. Durante o processo colaborativo é necessário também existirem acções comunicativas entre os intervenientes. O diálogo permite o confronto de ideias para chegar, através da negociação, à construção de ideias (julgo que aqui poderá estar outra dificuldade, a necessidade de trabalhar em conjunto e estar dependente de outras pessoas ). Esse trabalho colaborativo constitui um percurso de formação iterativo, reflexivo e autónomo que representa um desafio para a formação de professores e para a investigação em educação.

b) De que forma se relaciona com as abordagens tradicionais descritivo/qualitativo e/ou experimental/quantitativo?

A metodologia usada neste estudo tem as suas raízes na investigação qualitativa (Bogdan & Biklen, 1994), com orientação interpretativa (Erickson, 1986). Uma investigação interpretativa representa uma ferramenta muito importante para examinar o trabalho e o pensamento que os professores desenvolvem. Essa orientação é construída e não existe apenas uma única interpretação verdadeira, uma vez que existem muitas comunidades interpretativas, cada uma com os seus critérios de avaliação e interpretação (Denzin & Lincoln, 1998).
Segundo Wang e Hannafin (2005), há cinco características fundamentais desta metodologia (DBR):
1) É pragmática, porque tem como objectivo resolver problemas do mundo real, ao mesmo tempo que melhora teorias e estratégias de intervenção.
2) Fundamenta-se ao mesmo tempo na teoria e no contexto do mundo real, naquilo que os autores chamam "uma teoria conduzida pela natureza".
3) Ao nível do processo de investigação a metodologia é interactiva (investigadores/sujeitos da investigação), é iterativa (está constantemente a ser reavaliada) e flexível.
4) É integrativa porque os investigadores precisam de integrar uma variedade de métodos e abordagens qualitativas e ou quantitativas em função das necessidades da investigação.
5) É contextualizada porque os resultados estão associados ao processo pelo qual foram gerados, mas também ao meio onde a investigação foi desenvolvida.

a) Quais os aspectos mais inovadores da DBR?

O texto sobre o qual trabalhei:
http://www.fae.ufmg.br/abrapec/viempec/7enpec/pdfs/1028.pdf
Numa primeira análise poderemos referir que não existe uma definição de Design-based research . No entanto segundo Wang e Hannafin (2005) trata-se de uma metodologia sistemática, mas flexível, que procura melhorar as práticas educacionais através de uma análise, desenvolvimento e implementação, baseada numa colaboração entre investigadores e sujeitos, num contexto de mundo real. De acordo com as autoras do artigo em questão, aprender a planificar e implementar novas estratégias de ensino/aprendizagem, em colaboração com investigadores educacionais, tem de ser encarado como um processo que promove o seu desenvolvimento profissional e que contribui para a diminuição do fosso entre prática e teoria.

Tema 4. Problemáticas de investigação

No campo da utilização das tecnologias no Ensino/Formação, é frequente que a própria investigação se possa traduzir em alterações profundas.
Para isso, podemos escolher uma vertente de investigação-acção. Mas há uma outra hipótese que permite a criação de projectos de investigação que se traduzem em inovações educativas. Trata-se de um método que podemos intitular Investigação Aplicada sobre o Desenho (design-based research).
Propõe-se, por isso, que cada um procure fazer uma pesquisa sobre este método e coloque aqui o resumo de modo a caracterizarmos em traços gerais este método.

Proposta de Trabalho:
1. Identificar e escolher um artigo sobre design-based research (DBR)2. 
Com base no artigo escolhido, responder às seguintes questões:
a) Quais os aspectos mais inovadores da abordagem apresentada?
b) De que forma se relaciona com as abordagens tradicionais descritivo/qualitativo e/ou experimental/quantitativo?
c) Que dificuldades antecipam na sua implementação?
d) Quais as principais implicações/conclusões?

Debate final

Na fase final desta actividade tivemos  uma semana dedicada ao debate final na qual tivemos que responder a algumas questões que mereceram particular reflexão, nomeadamente:
- cuidados a ter durante a realização da entrevista
- como ultrapassar entrevistados pouco cooperantes ou muito divergentes
- dificuldades em estabelecer/rever as categorias de análise
- como garantir que não estamos a sobrepor a nossa "voz" à dos entrevistados qd fazemos a análise.


Da minha participaçãp no forum, que desta vez não pode ser tão participativa quanto eu gostaria...realço apenas este comentário:
10 Características a possuir por um Entrevistador de Sucesso, segundo Kvale(1996)*:

• Conhecedor - está familiarizado relativamente ao focus da entrevista; podem ser usadas entrevistas piloto do mesmo tipo na preparação;
• Estruturado - clarifica o propósito da entrevista; pergunta se o entrevistado tem perguntas;
• Claro – perguntas breves, feitas com clareza e simplicidade;
• Gentil – deixa o entrevistado concluir, tolera pausas e concede tempo para pensar;
• Sensível - ouve com atenção o que é dito e como é dito; usa empatia para lidar com os entrevistados;
• Aberto – responde ao que é importante para o entrevistado e é flexível;
• Manipulador - sabe o que quer descobrir;
• Crítico - está preparado para desafiar o que é dito, ocupando-se, por exemplo de inconsistências ou contestações dos entrevistados;
• Recorda - relaciona o que se diz com o que se disse anteriormente;
• Interpretativo - clarifica e amplia os significados das declarações dos entrevistados, sem atribuir-lhes a importância pessoal dos entrevistados.
Aos quais o(a) autor(a) juntaria as seguintes características:
• Equilibrado - deve usar a sua fala apenas para o necessário (não deve falar, nem pouco, nem em demasia);
• Sensível eticamente – dá a conhecer os propósitos da entrevista e garante a confidencialidade das respostas dos entrevistados

* Retirado e traduzido de INTERVIEWING IN QUALITATIVE RESEARCH

Análise das Entrevistas

Depois de efectuada a transcrição da nossa entrevista, cada um de nós  arranjou  um parceiro com quem trocar as entrevistas para validar a análise que foi feita e para verificar se há ou não concordância na análise. No meu caso a troca de entrevista (e vice versa) foi feita com o colega Carlos Carvalho, a quem foi disponibilizada e disponibilizou não só a entrevista transcrita mas também a respectiva grelha de análise. Sendo assim possivel verificar a fiabilidade das análise realizadas.
Posteriormente a minha  análise foi sujeita a algumas alterações pontuais sugeridas pelo colega. Tendo o mesmo acontecido em relação ao Carlos Carvalho, que refez a sua análise da entrevista com base nos comentários que efectuei.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Entrevista

A entrevista, contrariamente ao que se pode pensar, não é fácil de conduzir, porque requer o conhecimento de técnicas e um treino intensivo para dela se poderem extrair resultados. Embora a entrevista se possa definir como uma conversa entre duas pessoas, ela não é realmente uma conversa como as que podemos ter despreocupadamente com colegas. Toda a entrevista é intencional, visa um objectivo (ou um conjunto de objectivos).

Eis chegado então, a fase de realizar a entrevista no terreno. Com a autorização da entrevistada, a entrevista foi gravada e posteriormente transcrita.



Guião das entrevistas

Depois do caos generalizado, a intervenção do Professor veio apaziguar os animos e de uma forma mais ou menos concensual, foi definido o guião da entrevista a utilizar por todo o grupo/turma. Tendo sido adoptada como versão final do guião a proposta elaborada pelo meu grupo, Cortomaltese.


Entrevista para o estudo do uso de redes sociais, na perspectiva dos professores

Introdução
Este trabalho destina-se ao estudo da perspectiva dos professores face ao uso das redes sociais, em contexto de ensino-aprendizagem.
Características gerais

Perfil do candidato: Professores do ensino básico/secundário
População e indivíduos: Professores a leccionar em Portugal
Tema da entrevista: As redes sociais em contexto de aprendizagem
Objectivos: Conhecer a opinião dos professores sobre as redes sociais e a sua utilização no ensino


Questões
Perfil do entrevistado
Sexo:      Idade:        Local:
Habilitações Literárias:
Grupo de Recrutamento Docência (Nível de ensino):
Disciplina (s) que lecciona:
Anos de serviço na docência:

Dimensão I
Quais as redes sociais que conhece e como as descobriu?

Quais os objectivos/funcionalidades de cada uma delas e, na sua opinião, que importância têm?

O que pensa sobre o seu uso? Vantagens e desvantagens na sua utilização?

Quem considera serem os públicos das redes sociais?


Dimensão II
Está registado/inscrito (ou participa em /utiliza) alguma rede social? Qual e  porque motivo(s) se inscreveu / a(s) utiliza ?


Com que frequência a(s) utiliza e que actividades aí desenvolve?

·         Se ainda não estiver inscrito:
Como vê a possibilidade de se tornar um utilizador de redes sociais e tem intenção de se registar, futuramente? Porquê?

Dimensão III
Considera que as redes sociais podem ser utilizadas no ensino ou como suporte do processo de ensino aprendizagem?

Quais as vantagens e desvantagens da utilização das redes sociais no contexto educativo?

Considera que poderão influenciar a prática pedagógica dos professores? Pode exemplificar?

Neste tipo de ambiente, como vê a interacção dos alunos entre si e com o próprio professor?

Considera que esta interacção promove o desenvolvimento da capacidade da expressão escrita/oral do aluno?

 Considera que as metodologias de ensino actuais poderão vir a ser influenciadas pelas redes sociais? De que forma?

Tem conhecimento de alguma situação concreta desta aplicação no ensino? Pode descrevê-la?

A entrevista como técnica de recolha de dados

Nesta fase, cada um de nós fez  de uma  pesquisa individual sobre a utilização de entrevistas e sobre as técnicas de entrevista, com a finalidade de preparar em equipa  um guião para uma entrevista.
A entrevista é uma das técnicas mais comuns e importantes no estudo da acção educativa. Adopta uma grande variedade de usos e de formas que vão da mais comum (a entrevista individual) à entrevista de grupo, ou mesmo às entrevistas mediatizadas pelo telefone ou computador. A sua duração pode limitar-se a uns breves minutos ou a longos dias, como é a caso da entrevista nas histórias de vida.
Existem três características básicas que podem diferenciar as entrevistas:
Entrevistas desenvolvidas entre duas pessoas ou com um grupo de pessoas.
Entrevistas que abarcam um amplo espectro de temas (ex.: biográficas) ou as que incidem sobre um só tema. Entrevistas que se diferenciam consoante o maior ou menor grau de pré-determinação ou de estruturação das questões abordadas - entrevista em profundidade não-directiva, entrevista semi-estruturada e entrevista estruturada e estandardizada.
Vantagens:
- possibilidade de manutenção do anonimato dos entrevistados;
- maior abertura dos entrevistados;
- maior facilidade e abertura proporcionada pela comunicação verbal;
- conhecimento mais profundo que possibilita ao entrevistador;
- acesso a informações armazenadas informalmente e inconscientemente;
- melhor julgamento sobre as organizações e os seus agentes (tipos de liderança, ...);
- estimula o raciocínio de entrevistadores e entrevistados.

Desvantagens:
- alguma dificuldade em realizar anotações;
- possibilidade de existência de palpites, comentários subjectivos e pouco correctos eticamente;
- possibilidade de envolvimento emocional.

As entrevistas a realizar são semi-estruturadas e inserem-se num estudo de caso sobre as representações de professores do ensino básico/secundário.
São três as questões de investigação:
1) O que pensam esses professores sobre as redes sociais a exemplo do Facebook, Myspace, Hi5, Twitter, etc?
2) Como  é que vêm a sua (hipotética/real)  participação numa rede social?
3) Que expectativas têm sobre o seu uso no ensino?

Neste sentido, cada equipa deverá elaborar um guião para a entrevista e disponibilizá-lo no fórum.