sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quadro síntese

Fórum - Métodos quantitativos de recolha de dados

As investigações dentro do paradigma positivista utilizam métodos quantitativos para recolher dados empíricos (seja de métodos experimentais ou quase experimentais, ou métodos que procuram relações de causa-efeito com objectivos de generalização, etc.)
Contudo, também investigações no âmbito de paradigmas naturalistas e do paradigma sociocrítico faz uso de dados quantitativos. Investigações de natureza exploratória, de entrada no campo recolhem dados por vezes misturando técnicas quantitativas e qualitativas.
´Nesta raiz pretende-se fazer um apanhado geral da recolha de dados usando técnicas quantitativas, discutir as suas vantagens e procurar ver em que casos elas serão úteis.
Aqui fica a minha 1ª intervenção no fórum de  participando assim na discussão
Após as intervenções dos colegas, corro o sério risco de me repetir, pelo que, após as minhas pesquisas, apenas irei focar, neste primeiro post, algumas informações recolhidas sobre métodos de recolha de dados em ciências sociais.
Ferreira de Almeida e Madureira Pinto no livro “Investigação em Ciências Sociais”(1990, Presença) referem como métodos de observação não participante:
- Entrevistas (clínica, em profundidade, centrada)

- Testes e Medida de atitudes e opiniões
- Inquérito por questionário
Ghiglione e Matalon no livro “Teoria e Prática” (1995, Celta) definem:
Observação “um olhar sobre uma situação sem que esta seja modificada”
Inquérito “interrogação particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objectivo de generalizar”Experimentação “interrogação particular sobre uma situação criada e controlada pelo investigador”
Estudo dos vestígios “forma de observação diferida, que por necessidade não interpreta directamente o fenómeno que interessa, mas apenas algumas das suas consequências”

Ernest Greenwood (in análise social, n.º11, vol III, 1965) define o Estudo de Caso como método de recolha de dados sendo o “exame intensivo, tanto em amplitude como em profundidade, e utilizando todas as técnicas disponíveis, de uma amostra particular, seleccionada de acordo com determinado objectivo”
Em jeito de síntese, aqui fica a perspectiva dos autores, num quadro com informação adaptada de QUIVY, Raymond & CAMPENHOUDT, LucVan (1992), Manual de Investigação em Ciências Sociais (187-207)- Gradiva

Análise à dissertação - II

A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada:  inquéritos realizados a:
-  350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110  professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).
É indicado o método usado na definição da amostra?
O estudo tinha delineados os objectivos gerais e considerações sobre o que se pretendia estudar (Capítulo 1). O estudo incidiu sobre dois grupos de sujeitos (p.64). A caracterização da amostra onde foi aplicado o questionário foram escolas da zona Norte, dos distritos de Porto e Bragança, para permitir comparar os resultados entre o litoral e o interior, pelas situações geográficas que apresentam (como favorável e desfavorável) e diferentes estilos de vida que poderiam apresentar resultados diferentes. O critério de selecção foi a existência de professores que mostraram interesse em colaborar, bem como a presença de computadores com ligação à Internet ao dispor dos alunos. As escolas seleccionadas foram básicas 2, 3 (1 em cada distrito) e secundárias (2 no distrito do Porto e 1 no de Bragança) e os anos de escolaridade seleccionados foram o oitavo e nono anos.
As escolas seleccionadas obedeceram “a critérios relacionados com a existência de elos de comunicação” pelos contactos entre professores e alunos.
Os questionários foram realizados durante o ano de 2004 /2005.
Não estão claramente definidos métodos na definição da amostra, mas de acordo com o especificado acima, e na tese em análise.
Não é especificado o método formal de amostragem. Pela informação constante no documento pode-se aferir que é um método não aleatório[1], pela escolha clara do público a questionar onde se podem destacar, os métodos de amostragem:
- por conveniência (“Os casos escolhidos são os que estão facilmente disponíveis” e a selecção é do critério do entrevistador);
- por quotas (é escolhida não aleatória de tamanho determinado pela fracção de amostragem;
- Intencional snowball ou bola-de-neve (o grupo inicial de indivíduos escolhidos identifica outros com as características da população alvo).
Este tipo de amostragem não aleatória comporta desvantagens como:
a) a amostra de casos não é necessariamente representativa do universo;
b) “não permite extrapolar com confiança para o universo os resultados e conclusões tiradas a partir da amostra “;

Como vantagens podem destacar-se por serem métodos mais rápidos, baratos.
[1] O método aleatório consiste num sorteio absolutamente aleatório da amostra de incidência. Este método dá iguais possibilidades a todos os elementos representativos a estudar, no entanto,  pode ser mais dispendioso e complexo na execução.
O método não aleatório não é aconselhável quando se pretende extrapolar para o universo os resultados e conclusões obtidas com a amostra, mas pode ser útil para testar as primeiras versões de um questionário.
http://sebenta.janjos.com/index.php/AMOSTRAGEM#M.C3.A9todos_de_amostragem_casual_.28m.C3.A9todos_probabil.C3.ADsticos.29 http://www.infopedia.pt/$amostra-(estatistica)
O questionário usado foi objecto de validação prévia?
O questionário usado foi validado pela elaboração prévia de uma primeira versão “submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores.”
“As dificuldades, dúvidas e sugestões dos intervenientes permitiram corrigir aspectos de forma e conteúdo”, tendo sido reformuladas duas questões e acrescentados tópicos às opções de outra pergunta (p. 66).

No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
Os dados foram analisados estatisticamente, no programa Excel, e apresentados os resultados percentualmente (p.67) e interpretados de acordo com os objectivos em estudo.
No estudo sobre “A interacção com a Internet” foi apresentada a metodologia, através da observação directa (p. 14; p. 84).

Análise da dissertação

Depois de uma pesquisa  individual sobre os métodos de recolha de dados, foi opção da equipa CortoMaltese realizar em grupo ( de acordo com o C.A) a análise à dissertação Neto, C. (2006). O papel da internet no processo de construção do conhecimento.
A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
No primeiro capítulo, pag. 12-13, a autora apresentou claramente 4 objectivos gerais que deram lugar a este estudo, os quais passamos a citar:
- Verificar as condições de acesso à Internet (professores e alunos).
- Caracterizar a relação de professores e alunos com a Internet, numa perspectiva comparativa.
- Analisar as representações dos dois grupos, no que respeita à Internet e ao seu papel na sociedade, em geral, e na educação formal, em particular.
- Averiguar a forma como os alunos realizam uma pesquisa na Internet.

Nas pag. 64 e 65 da sua dissertação mencionou claramente ainda os objectivos específicos do estudo, nomeadamente:
- Verificar a facilidade de acesso (ou não) à Internet.
- Verificar a frequência de acesso à rede.
- Apurar as razões de uma fraca navegação na Internet (se for o caso).
- Identificar os interesses que motivam o acesso à rede.
- Caracterizar a relação dos dois grupos com a Internet, em termos técnicos.
- Identificar as representações que os actores educativos têm acerca dos
   conteúdos presentes na rede e sua organização.
- Verificar o grau de importância atribuída à Internet.
- Aquilatar o grau de confiança relativamente aos conteúdos que circulam na Internet.
- Comparar as perspectivas e práticas dos dois grupos alvo.
Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
Embora fosse referido o passo da validação do questionário e da respectiva correcção, referindo a autora que o questionário foi submetido “à validação prévia necessária a um pequeno grupo de alunos e professores, tarefa esta que levou a correcção de aspectos de forma e conteúdo”, pensamos que a autora não apresenta de forma clara os passos subjacentes à construção do questionário. Mas informa que "os instrumentos de investigação utilizados foram dois questionários, um destinado a professores e outro aos alunos, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos". Apresenta também, em anexo, os referidos questionários
Também não foram referidas questões de ética especificamente no que se refere aos questionários.
A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada:  inquéritos realizados a:
-  350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110  professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tema 2 . Métodos de recolha de dados





Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais(1).
Numa primeira abordagem sugere-se que cada um proceda às pesquisas que entender, de modo a ficar com uma panorâmica geral sobre os métodos de recolha de dados, seja em pesquisas relacionadas com a investigação positivista e quantitativa, quer com a investigação interpretativa e qualitativa.  A partir desta pesquisa genérica, focaremos o nosso estudo na utilização do questionário enquanto técnica quantitativa de recolha de dados e na utilização da entrevista como técnica de recolha de dados usada em investigação qualitativa.

 Aqui fica o resultado da pesquisa efectuada pela equipa Cortomaltese, acerca dos Métodos de recolha de dados

Os dados em investigação educacional

Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais.

- Procedimento lógico da investigação empírica ao qual compete seleccionar técnicas de recolha e tratamento da informação adequadas, bem como controlar a sua utilização.
- São conjuntos de procedimentos bem definidos e transmissíveis, destinados a produzir certos resultados na recolha e tratamento da informação requerida pela actividade de pesquisa (inquérito por questionário, entrevista, o teste...).



Métodos
• Método extensivo (método de medida)
- implica a observação, por meio de um conjunto organizado de perguntas directas ou indirectas, de populações relativamente vastas, a fim de obter respostas susceptíveis de serem tratadas quantitativamente. -
• recurso a populações amplas
• pressupõe o recurso a técnicas de amostragem
• os dados são quantitativamente analisados (classificações, contagem e apresentação).
Método Intensivo (estudo de casos)
- consiste no exame intensivo, ou seja, em profundidade, utilizando todas as técnicas disponíveis, com a finalidade última de obter uma ampla compreensão do fenómeno na sua totalidade. -
Principais técnicas de recolha de dados

Inquérito por questionário
Vantagens
– Torna possível a recolha de informações sobre grande número de indivíduos;
– Permite comparações precisas entre as respostas dos inquiridos;
– Possibilita a generalização dos resultados da amostra à totalidade da população.
Desvantagens
– O material recolhido pode ser superficial. As perguntas padronizadas não permitem captar diferenças de opinião significativas ou subtis entre os inquiridos;
– As respostas podem dizer respeito mais ao que as pessoas dizem que pensam do que ao que efectivamente pensam – importância da relação inquiridor/inquirido;
– Forma como é aplicado pode penalizar o curso do trabalho de investigação;
– Formulação das questões é muito exigente (forma/linguagem…);
– Técnica que implica custos elevados.
O inquérito é a aplicação de um questionário com perguntas concretas sobre uma determinada realidade, as quais devem suscitar no inquirido respostas sinceras e claras. Posteriormente, essas respostas virão a ser cientificamente analisadas e classificadas.
Objectivo geral do inquérito por questionário:
- obter de maneira sistemática e ordenada informação sobre uma determinada população a investigar, ou seja, aquilo que fazem, pensam, opinam, sentem, aprovam ou desaprovam, os motivos dos seus actos…
Objectivos específicos do inquérito por questionário:
- Estimar grandezas “absolutas” – número de pessoas que gostaria de receber formação; número de pessoas com uma certa opinião;
- Elaborar uma estimativa das grandezas “relativas” – criar tipologias. Por exemplo, para cada grupo da população criar estimativas sobre o interesse em determinada intervenção formativa;
- Descrever uma população ou sub-população
- Determinar as características de uma população, dos que afirmam ter uma certa opinião, etc;
- Verificar hipóteses – relações entre duas ou mais variáveis.
Instrumento rigorosamente estandardizado tanto no texto como na ordem das questões…
- … de forma a garantir a comparabilidade das respostas de todos os indivíduos…
- … logo, as questões devem ser colocadas sempre da mesma forma, sem adaptações nem explicações adicionais por parte do inquiridor…
- … se surgir essa necessidade é porque a questão foi mal formulada.
Uma boa questão nunca deve sugerir uma resposta em particular, não deve exprimir nenhuma expectativa e não deve excluir nada do que possa passar pela cabeça da pessoa a quem vai ser colocada.”
As questões
Uma boa pergunta é aquela que:
- Não influencia a resposta;
- Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da informação que se pretende obter;
- Deve ser formulada de forma a requer uma afirmação ou negação ou, então a eleição de uma categoria (sobretudo as perguntas fechadas);
- Deve ser redigida de forma compreensível em função das características das pessoas a que se dirigem;
- Deve ser formuladas sem invocar pré –juízos;
- Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira a não ferir a susceptibilidade do inquirido;
- Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na formulação das perguntas:
- Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande esforço de memória;
- Redigi-las de forma pessoal e directa;
- Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);
- Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou valorativas (muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;
- Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível (pensar em quem vai responder ao questionário);
- Pensar no tipo de informação que queremos;
- Pensar se queremos uma resposta geral ou específica
Perguntas a evitar
Perguntas múltiplas (com várias ideias);
Perguntas persuasivas;
Perguntas indefinidas.
O vocabulário
- Verificar se as palavras significam exactamente o que se quer dizer (significado pessoal/significado comum);
- Se não têm outro sentido e, se assim for, se está empregue no contexto que se deseja abordar;
- Se não se prestam a confusão (oral ou por escrito) com outra palavra;
- Se não existirão sinónimos mais fiáveis.
O número e ordem das perguntas
- O questionário deve conter todas as questões necessárias e nenhuma desnecessária;
- Deve ser o mais curto possível;
- Não deve começar com perguntas difíceis. Fazer as questões delicadas a meio do questionário, quando já está criada alguma empatia;
- Evitar colocar seguidas duas questões cuja resposta de uma influencia a resposta da outra (efeito “contágio”);
- Todas as perguntas sobre um aspecto devem aparecer juntas (blocos temáticos);
- Evitar monotonia ou cansaço. Intercalar, em sítios estratégicos, perguntas abertas com fechadas, etc.;
- Começar com perguntas interessantes, que motivem o inquirido. Acabar com perguntas de identificação (não requerem esforço de memória).
O pré-teste
Permite verificar se:
- todas as questões são compreendidas;
- todas as questões são compreendidas da mesma forma por todos (a forma prevista pelo investigador);
- algumas questões são difíceis;
- a lista de categorias de resposta contemplam todas as respostas possíveis;
- todas as respostas são aceites pelas pessoas ou há alguma que provoque recusas (questões sensíveis/assunto desconhecido);
- a ordem das questões é aceitável;
- há rupturas (passagem sem lógica para outro assunto);
- algumas questões influenciam a resposta de outra;
- há questões inúteis (quando todos dão a mesma resposta).
Preenchimento do questionário
- Questionário administrado pelo inquiridor (por entrevista);
- Pelo telefone (não capta reacções);
- Questionário auto-administrado (indicado para questões mais delicadas);



Ética
- Informar os inquiridos da origem, objectivos e entidade que promove o estudo;
- Garantir total liberdade de querer ou não participar ou mesmo abandonar a meio o questionário;
- Garantir o anonimato da informação e questionar o inquirido, se esse for o caso, da possibilidade de os dados poderem ter outro uso, o qual ele deve autorizar.


Entrevista
 Entrevista é uma situação, mais ou menos formal, provocada pelo entrevistador. Decorre num espaço e num tempo que estruturam a interacção durante a entrevista.
Como caracterizar as entrevistas quanto ao número de sujeitos inquiridos?
Individual -  se o objectivo é recolher informação sobre o entrevistado, pode não seguir uma estrutura rígida
Grupo -  se o objectivo é recolher informação de vários participantes e características comuns
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Directiva - guião da entrevista é rígido, a ordem das perguntas respeita uma lógica
Semi-directiva - o entrevistador conhece os temas sobre os quais tem que recolher informação, mas a ordem e a forma de questionar é livre
Não directiva - convida-se o entrevistado a organizar o seu discurso a partir de um tema proposto e o entrevistador só intervém para encorajar.
Como diferenciar entrevistas quanto à estruturação?
Estruturada – obedece a estruturação prévia para a sua concretização. Obedece a uma ordem rígida”
Semi-estruturada – o objectivo é a obter dados, obtidos de diferentes entrevistados, passíveis de comparar . Pode haver flexibilidade na ordem
Não estruturada – as questões são colocadas de acordo com o decorrer da conversa. Não existe ordem predefinida
Como construir um guião para uma entrevista?
1. Caracterização dos entrevistados (idade, escolaridade, localidade,…)
2. Selecção da população e da amostra alvo
3. Definição da temática e dos objectivos da entrevista
4. Estabelecimento do meio de comunicação (oral, escrito,telefone, e-mail, etc), espaço onde decorre a entrevista e do tempo
5. Descriminação das características e perguntas do guião
6. Produção e aspecto gráfico do guião
7. Validação da entrevista pela análise critica, por outros indivíduos de relevo

Etapas do processo de investigação 2

Independentemente da estrutura do fluxograma consensual, julgo que o esquema apresentado pela colega Vanda Carvalho, contemplam todos os requisitos pertinentes no processo de investigação


Etapas do processo de investigação

A ideia de investigação pressupõe que existam problemas, o objectivo da investigação exige que eles sejam formulados" (Grawitz, Methodes des sciences sociales, Paris, Dalloz, 1986, p. 610).



Considerando  os fluxogramas apresentados, e apesar de distintos,  têm muitos pontos comuns, logo, mais ou menos exploradas, todas as fases e etapas estão representadas.
A investigação quantitativa tem-se revelado o paradigma dominante das questões da investigação educacional. Na verdade, os métodos estatísticos, quantitativos, utilizados têm sido a nossa principal fonte de resultados relativamente ao ensino, fruto dos modelos matemáticos utilizados, em consequência de o investigador testar hipóteses, identificar relações e descrever situações.
A investigação qualitativa permite aos investigadores na educação trabalhar aspectos cognitivos e mecanismos/processos de pensamento que a investigação quantitativa nunca poderia satisfazer.
O paradigma quantitativo  fundamenta-se no positivismo de Comte e define-se por uma interpretação objectiva dos factos, onde cada fenómeno só tem uma resolução/interpretação objectiva, científica, o paradigma qualitativo fundamenta-se no idealismo de Kant, onde não há uma única e objectiva interpretação da realidade existindo tantas quanto aqueles que a estudam.
A investigação qualitativa visa mais um aprofundamento do estudo, partindo daquilo que não é observável, do que está nos "bastidores" das razões do fenómeno ocorrido. Aqui não há preocupação com a generalização de resultados nem com a validade dos instrumentos utilizados, já que o investigador é o verdadeiro protagonista da recolha de dados, dependendo de si, da sua sensibilidade, do seu conhecimento, muitos dos resultados obtidos.