Resumindo em traços gerais as intervenções realizadas pelos colegas neste fórum, foram realizadas as seguintes abordagens:
a) Métodos quantitativos;
b) Técnicas de recolha de dados;
c) O questionário;
d) Objectivos do questionário;
e) Vantagens e desvantagens do questionário;
f) Dicas para a construção do questionário;
g) Tipos de questão;
h) Dicas para a construção das questões;
i) A entrevista;
j)Vantagens e desvantagens da entrevista;
…
Qualquer uma das técnicas utilizadas tem vantagens e desvantagens, devemos sim aplicar aquela que considerarmos a mais indicada de acordo com o objectivo do estudo e do conhecimento prévio sobre o fenómeno a abordar
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Fórum - Métodos quantitativos de recolha de dados - 2ª intervenção
Actualmente, a Internet apresenta-se como uma forma de recolha de dados revolucionária e facilitadora. No entanto, os perigos não devem ser colocados de lado, como os critérios de manutenção de qualidade de informação. O manancial informativo é imenso e cabe ao investigador ter o máximo cuidado nos conteúdos que utiliza da rede global.
Pouco se falou dos questionários on-line, e como eles podem simplificar tanto o processo de recolha como o do tratamento dos dados. Segundo (CROMPTON, 1999) “uma das desvantagens na administração de questionários é justamente em obter uma quantidade útil de respostas.” Uma outra desvantagem refere-se à organização dos dados para análise, já que a maioria dos questionários é aplicada em papel ou por meio electrónico sem uma estrutura adequada, como um questionário via e-mail, por exemplo. Desse modo, uma boa avaliação através de questionários deve abranger recolha e análise de respostas de forma eficiente. Para isso, é desejável um sistema que automatize ao máximo esse processo. Um gerenciador de questionários necessita disponibilizar vários tipos de questões para atender a diversas necessidades. Alguns exemplos são: questões objectivas, questões abertas, questões de resposta numérica, entre outras. Preferencialmente, o questionário deve estar disponível para o entrevistado de forma fácil e acessível, e a recolha dos dados deve ser automatizada. Outro requisito muito importante é que a publicação dos questionários seja acessível a não técnicos, porque limitava à partida quem não se sinta à vontade com as tecnologias, quer como criador do questionário, quer como elemento que o responde. Assim, e referindo-me à possibilidade de facilitar ao máximo a técnica por questionário com todas as desvantagens que isso possa trazer, como qualquer método, a possibilidade de serem feitos on-line tem também as suas vantagens.
Pouco se falou dos questionários on-line, e como eles podem simplificar tanto o processo de recolha como o do tratamento dos dados. Segundo (CROMPTON, 1999) “uma das desvantagens na administração de questionários é justamente em obter uma quantidade útil de respostas.” Uma outra desvantagem refere-se à organização dos dados para análise, já que a maioria dos questionários é aplicada em papel ou por meio electrónico sem uma estrutura adequada, como um questionário via e-mail, por exemplo. Desse modo, uma boa avaliação através de questionários deve abranger recolha e análise de respostas de forma eficiente. Para isso, é desejável um sistema que automatize ao máximo esse processo. Um gerenciador de questionários necessita disponibilizar vários tipos de questões para atender a diversas necessidades. Alguns exemplos são: questões objectivas, questões abertas, questões de resposta numérica, entre outras. Preferencialmente, o questionário deve estar disponível para o entrevistado de forma fácil e acessível, e a recolha dos dados deve ser automatizada. Outro requisito muito importante é que a publicação dos questionários seja acessível a não técnicos, porque limitava à partida quem não se sinta à vontade com as tecnologias, quer como criador do questionário, quer como elemento que o responde. Assim, e referindo-me à possibilidade de facilitar ao máximo a técnica por questionário com todas as desvantagens que isso possa trazer, como qualquer método, a possibilidade de serem feitos on-line tem também as suas vantagens.
Fórum - Métodos quantitativos de recolha de dados
As investigações dentro do paradigma positivista utilizam métodos quantitativos para recolher dados empíricos (seja de métodos experimentais ou quase experimentais, ou métodos que procuram relações de causa-efeito com objectivos de generalização, etc.)
Contudo, também investigações no âmbito de paradigmas naturalistas e do paradigma sociocrítico faz uso de dados quantitativos. Investigações de natureza exploratória, de entrada no campo recolhem dados por vezes misturando técnicas quantitativas e qualitativas.
´Nesta raiz pretende-se fazer um apanhado geral da recolha de dados usando técnicas quantitativas, discutir as suas vantagens e procurar ver em que casos elas serão úteis.
Aqui fica a minha 1ª intervenção no fórum de participando assim na discussão
Após as intervenções dos colegas, corro o sério risco de me repetir, pelo que, após as minhas pesquisas, apenas irei focar, neste primeiro post, algumas informações recolhidas sobre métodos de recolha de dados em ciências sociais.
Ferreira de Almeida e Madureira Pinto no livro “Investigação em Ciências Sociais”(1990, Presença) referem como métodos de observação não participante:
- Entrevistas (clínica, em profundidade, centrada)
- Testes e Medida de atitudes e opiniões
- Inquérito por questionário
Ghiglione e Matalon no livro “Teoria e Prática” (1995, Celta) definem:
Observação “um olhar sobre uma situação sem que esta seja modificada”
Inquérito “interrogação particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objectivo de generalizar”Experimentação “interrogação particular sobre uma situação criada e controlada pelo investigador”
Estudo dos vestígios “forma de observação diferida, que por necessidade não interpreta directamente o fenómeno que interessa, mas apenas algumas das suas consequências”
Ernest Greenwood (in análise social, n.º11, vol III, 1965) define o Estudo de Caso como método de recolha de dados sendo o “exame intensivo, tanto em amplitude como em profundidade, e utilizando todas as técnicas disponíveis, de uma amostra particular, seleccionada de acordo com determinado objectivo”
Em jeito de síntese, aqui fica a perspectiva dos autores, num quadro com informação adaptada de QUIVY, Raymond & CAMPENHOUDT, LucVan (1992), Manual de Investigação em Ciências Sociais (187-207)- Gradiva
Contudo, também investigações no âmbito de paradigmas naturalistas e do paradigma sociocrítico faz uso de dados quantitativos. Investigações de natureza exploratória, de entrada no campo recolhem dados por vezes misturando técnicas quantitativas e qualitativas.
´Nesta raiz pretende-se fazer um apanhado geral da recolha de dados usando técnicas quantitativas, discutir as suas vantagens e procurar ver em que casos elas serão úteis.
Aqui fica a minha 1ª intervenção no fórum de participando assim na discussão
Após as intervenções dos colegas, corro o sério risco de me repetir, pelo que, após as minhas pesquisas, apenas irei focar, neste primeiro post, algumas informações recolhidas sobre métodos de recolha de dados em ciências sociais.
Ferreira de Almeida e Madureira Pinto no livro “Investigação em Ciências Sociais”(1990, Presença) referem como métodos de observação não participante:
- Entrevistas (clínica, em profundidade, centrada)
- Testes e Medida de atitudes e opiniões
- Inquérito por questionário
Ghiglione e Matalon no livro “Teoria e Prática” (1995, Celta) definem:
Observação “um olhar sobre uma situação sem que esta seja modificada”
Inquérito “interrogação particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objectivo de generalizar”Experimentação “interrogação particular sobre uma situação criada e controlada pelo investigador”
Estudo dos vestígios “forma de observação diferida, que por necessidade não interpreta directamente o fenómeno que interessa, mas apenas algumas das suas consequências”
Ernest Greenwood (in análise social, n.º11, vol III, 1965) define o Estudo de Caso como método de recolha de dados sendo o “exame intensivo, tanto em amplitude como em profundidade, e utilizando todas as técnicas disponíveis, de uma amostra particular, seleccionada de acordo com determinado objectivo”
Em jeito de síntese, aqui fica a perspectiva dos autores, num quadro com informação adaptada de QUIVY, Raymond & CAMPENHOUDT, LucVan (1992), Manual de Investigação em Ciências Sociais (187-207)- Gradiva
Análise à dissertação - II
A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada: inquéritos realizados a:
- 350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110 professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).
É indicado o método usado na definição da amostra?
O estudo tinha delineados os objectivos gerais e considerações sobre o que se pretendia estudar (Capítulo 1). O estudo incidiu sobre dois grupos de sujeitos (p.64). A caracterização da amostra onde foi aplicado o questionário foram escolas da zona Norte, dos distritos de Porto e Bragança, para permitir comparar os resultados entre o litoral e o interior, pelas situações geográficas que apresentam (como favorável e desfavorável) e diferentes estilos de vida que poderiam apresentar resultados diferentes. O critério de selecção foi a existência de professores que mostraram interesse em colaborar, bem como a presença de computadores com ligação à Internet ao dispor dos alunos. As escolas seleccionadas foram básicas 2, 3 (1 em cada distrito) e secundárias (2 no distrito do Porto e 1 no de Bragança) e os anos de escolaridade seleccionados foram o oitavo e nono anos.
As escolas seleccionadas obedeceram “a critérios relacionados com a existência de elos de comunicação” pelos contactos entre professores e alunos.
Os questionários foram realizados durante o ano de 2004 /2005.
Não estão claramente definidos métodos na definição da amostra, mas de acordo com o especificado acima, e na tese em análise.
Não é especificado o método formal de amostragem. Pela informação constante no documento pode-se aferir que é um método não aleatório[1], pela escolha clara do público a questionar onde se podem destacar, os métodos de amostragem:
- por conveniência (“Os casos escolhidos são os que estão facilmente disponíveis” e a selecção é do critério do entrevistador);
- por quotas (é escolhida não aleatória de tamanho determinado pela fracção de amostragem;
- Intencional snowball ou bola-de-neve (o grupo inicial de indivíduos escolhidos identifica outros com as características da população alvo).
Este tipo de amostragem não aleatória comporta desvantagens como:
a) a amostra de casos não é necessariamente representativa do universo;
b) “não permite extrapolar com confiança para o universo os resultados e conclusões tiradas a partir da amostra “;
Como vantagens podem destacar-se por serem métodos mais rápidos, baratos.
[1] O método aleatório consiste num sorteio absolutamente aleatório da amostra de incidência. Este método dá iguais possibilidades a todos os elementos representativos a estudar, no entanto, pode ser mais dispendioso e complexo na execução.
O método não aleatório não é aconselhável quando se pretende extrapolar para o universo os resultados e conclusões obtidas com a amostra, mas pode ser útil para testar as primeiras versões de um questionário. http://sebenta.janjos.com/index.php/AMOSTRAGEM#M.C3.A9todos_de_amostragem_casual_.28m.C3.A9todos_probabil.C3.ADsticos.29 http://www.infopedia.pt/$amostra-(estatistica)
O questionário usado foi objecto de validação prévia?
O questionário usado foi validado pela elaboração prévia de uma primeira versão “submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores.”
“As dificuldades, dúvidas e sugestões dos intervenientes permitiram corrigir aspectos de forma e conteúdo”, tendo sido reformuladas duas questões e acrescentados tópicos às opções de outra pergunta (p. 66).
No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
Os dados foram analisados estatisticamente, no programa Excel, e apresentados os resultados percentualmente (p.67) e interpretados de acordo com os objectivos em estudo.
No estudo sobre “A interacção com a Internet” foi apresentada a metodologia, através da observação directa (p. 14; p. 84).
Sim, a amostra é claramente identificada: inquéritos realizados a:
- 350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110 professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).
É indicado o método usado na definição da amostra?
O estudo tinha delineados os objectivos gerais e considerações sobre o que se pretendia estudar (Capítulo 1). O estudo incidiu sobre dois grupos de sujeitos (p.64). A caracterização da amostra onde foi aplicado o questionário foram escolas da zona Norte, dos distritos de Porto e Bragança, para permitir comparar os resultados entre o litoral e o interior, pelas situações geográficas que apresentam (como favorável e desfavorável) e diferentes estilos de vida que poderiam apresentar resultados diferentes. O critério de selecção foi a existência de professores que mostraram interesse em colaborar, bem como a presença de computadores com ligação à Internet ao dispor dos alunos. As escolas seleccionadas foram básicas 2, 3 (1 em cada distrito) e secundárias (2 no distrito do Porto e 1 no de Bragança) e os anos de escolaridade seleccionados foram o oitavo e nono anos.
As escolas seleccionadas obedeceram “a critérios relacionados com a existência de elos de comunicação” pelos contactos entre professores e alunos.
Os questionários foram realizados durante o ano de 2004 /2005.
Não estão claramente definidos métodos na definição da amostra, mas de acordo com o especificado acima, e na tese em análise.
Não é especificado o método formal de amostragem. Pela informação constante no documento pode-se aferir que é um método não aleatório[1], pela escolha clara do público a questionar onde se podem destacar, os métodos de amostragem:
- por conveniência (“Os casos escolhidos são os que estão facilmente disponíveis” e a selecção é do critério do entrevistador);
- por quotas (é escolhida não aleatória de tamanho determinado pela fracção de amostragem;
- Intencional snowball ou bola-de-neve (o grupo inicial de indivíduos escolhidos identifica outros com as características da população alvo).
Este tipo de amostragem não aleatória comporta desvantagens como:
a) a amostra de casos não é necessariamente representativa do universo;
b) “não permite extrapolar com confiança para o universo os resultados e conclusões tiradas a partir da amostra “;
Como vantagens podem destacar-se por serem métodos mais rápidos, baratos.
[1] O método aleatório consiste num sorteio absolutamente aleatório da amostra de incidência. Este método dá iguais possibilidades a todos os elementos representativos a estudar, no entanto, pode ser mais dispendioso e complexo na execução.
O método não aleatório não é aconselhável quando se pretende extrapolar para o universo os resultados e conclusões obtidas com a amostra, mas pode ser útil para testar as primeiras versões de um questionário. http://sebenta.janjos.com/index.php/AMOSTRAGEM#M.C3.A9todos_de_amostragem_casual_.28m.C3.A9todos_probabil.C3.ADsticos.29 http://www.infopedia.pt/$amostra-(estatistica)
O questionário usado foi objecto de validação prévia?
O questionário usado foi validado pela elaboração prévia de uma primeira versão “submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores.”
“As dificuldades, dúvidas e sugestões dos intervenientes permitiram corrigir aspectos de forma e conteúdo”, tendo sido reformuladas duas questões e acrescentados tópicos às opções de outra pergunta (p. 66).
No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
Os dados foram analisados estatisticamente, no programa Excel, e apresentados os resultados percentualmente (p.67) e interpretados de acordo com os objectivos em estudo.
No estudo sobre “A interacção com a Internet” foi apresentada a metodologia, através da observação directa (p. 14; p. 84).
Análise da dissertação
Depois de uma pesquisa individual sobre os métodos de recolha de dados, foi opção da equipa CortoMaltese realizar em grupo ( de acordo com o C.A) a análise à dissertação Neto, C. (2006). O papel da internet no processo de construção do conhecimento.
A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
No primeiro capítulo, pag. 12-13, a autora apresentou claramente 4 objectivos gerais que deram lugar a este estudo, os quais passamos a citar:
- Verificar as condições de acesso à Internet (professores e alunos).
- Caracterizar a relação de professores e alunos com a Internet, numa perspectiva comparativa.
- Analisar as representações dos dois grupos, no que respeita à Internet e ao seu papel na sociedade, em geral, e na educação formal, em particular.
- Averiguar a forma como os alunos realizam uma pesquisa na Internet.
Nas pag. 64 e 65 da sua dissertação mencionou claramente ainda os objectivos específicos do estudo, nomeadamente:
- Verificar a facilidade de acesso (ou não) à Internet.
- Verificar a frequência de acesso à rede.
- Apurar as razões de uma fraca navegação na Internet (se for o caso).
- Identificar os interesses que motivam o acesso à rede.
- Caracterizar a relação dos dois grupos com a Internet, em termos técnicos.
- Identificar as representações que os actores educativos têm acerca dos
conteúdos presentes na rede e sua organização.
- Verificar o grau de importância atribuída à Internet.
- Aquilatar o grau de confiança relativamente aos conteúdos que circulam na Internet.
- Comparar as perspectivas e práticas dos dois grupos alvo.
Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
Embora fosse referido o passo da validação do questionário e da respectiva correcção, referindo a autora que o questionário foi submetido “à validação prévia necessária a um pequeno grupo de alunos e professores, tarefa esta que levou a correcção de aspectos de forma e conteúdo”, pensamos que a autora não apresenta de forma clara os passos subjacentes à construção do questionário. Mas informa que "os instrumentos de investigação utilizados foram dois questionários, um destinado a professores e outro aos alunos, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos". Apresenta também, em anexo, os referidos questionários
Também não foram referidas questões de ética especificamente no que se refere aos questionários.
A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada: inquéritos realizados a:
- 350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110 professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).
A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
No primeiro capítulo, pag. 12-13, a autora apresentou claramente 4 objectivos gerais que deram lugar a este estudo, os quais passamos a citar:
- Verificar as condições de acesso à Internet (professores e alunos).
- Caracterizar a relação de professores e alunos com a Internet, numa perspectiva comparativa.
- Analisar as representações dos dois grupos, no que respeita à Internet e ao seu papel na sociedade, em geral, e na educação formal, em particular.
- Averiguar a forma como os alunos realizam uma pesquisa na Internet.
Nas pag. 64 e 65 da sua dissertação mencionou claramente ainda os objectivos específicos do estudo, nomeadamente:
- Verificar a facilidade de acesso (ou não) à Internet.
- Verificar a frequência de acesso à rede.
- Apurar as razões de uma fraca navegação na Internet (se for o caso).
- Identificar os interesses que motivam o acesso à rede.
- Caracterizar a relação dos dois grupos com a Internet, em termos técnicos.
- Identificar as representações que os actores educativos têm acerca dos
conteúdos presentes na rede e sua organização.
- Verificar o grau de importância atribuída à Internet.
- Aquilatar o grau de confiança relativamente aos conteúdos que circulam na Internet.
- Comparar as perspectivas e práticas dos dois grupos alvo.
Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
Embora fosse referido o passo da validação do questionário e da respectiva correcção, referindo a autora que o questionário foi submetido “à validação prévia necessária a um pequeno grupo de alunos e professores, tarefa esta que levou a correcção de aspectos de forma e conteúdo”, pensamos que a autora não apresenta de forma clara os passos subjacentes à construção do questionário. Mas informa que "os instrumentos de investigação utilizados foram dois questionários, um destinado a professores e outro aos alunos, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos". Apresenta também, em anexo, os referidos questionários
Também não foram referidas questões de ética especificamente no que se refere aos questionários.
A amostra é claramente identificada?
Sim, a amostra é claramente identificada: inquéritos realizados a:
- 350 alunos de 5 escolas (3 escolas do Distrito do Porto e 2 escolas do distrito de Bragança)
- 110 professores de ambas as escolas (mas que, devido à mobilidade, são de diferentes zonas geográficas. Sem preocupação de identificação geográfica).
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Tema 2 . Métodos de recolha de dados
Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais(1).
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais(1).
Numa primeira abordagem sugere-se que cada um proceda às pesquisas que entender, de modo a ficar com uma panorâmica geral sobre os métodos de recolha de dados, seja em pesquisas relacionadas com a investigação positivista e quantitativa, quer com a investigação interpretativa e qualitativa. A partir desta pesquisa genérica, focaremos o nosso estudo na utilização do questionário enquanto técnica quantitativa de recolha de dados e na utilização da entrevista como técnica de recolha de dados usada em investigação qualitativa.
Aqui fica o resultado da pesquisa efectuada pela equipa Cortomaltese, acerca dos Métodos de recolha de dados
Os dados em investigação educacional
Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais.
Métodos
• Método extensivo (método de medida)
- implica a observação, por meio de um conjunto organizado de perguntas directas ou indirectas, de populações relativamente vastas, a fim de obter respostas susceptíveis de serem tratadas quantitativamente. -
Objectivo geral do inquérito por questionário:
- obter de maneira sistemática e ordenada informação sobre uma determinada população a investigar, ou seja, aquilo que fazem, pensam, opinam, sentem, aprovam ou desaprovam, os motivos dos seus actos…
Objectivos específicos do inquérito por questionário:
- Estimar grandezas “absolutas” – número de pessoas que gostaria de receber formação; número de pessoas com uma certa opinião;
- Elaborar uma estimativa das grandezas “relativas” – criar tipologias. Por exemplo, para cada grupo da população criar estimativas sobre o interesse em determinada intervenção formativa;
- Descrever uma população ou sub-população
- Determinar as características de uma população, dos que afirmam ter uma certa opinião, etc;
- Verificar hipóteses – relações entre duas ou mais variáveis.
Instrumento rigorosamente estandardizado tanto no texto como na ordem das questões…
- … de forma a garantir a comparabilidade das respostas de todos os indivíduos…
- … logo, as questões devem ser colocadas sempre da mesma forma, sem adaptações nem explicações adicionais por parte do inquiridor…
- … se surgir essa necessidade é porque a questão foi mal formulada.
“Uma boa questão nunca deve sugerir uma resposta em particular, não deve exprimir nenhuma expectativa e não deve excluir nada do que possa passar pela cabeça da pessoa a quem vai ser colocada.”
As questões
Uma boa pergunta é aquela que:
- Não influencia a resposta;
- Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da informação que se pretende obter;
- Deve ser formulada de forma a requer uma afirmação ou negação ou, então a eleição de uma categoria (sobretudo as perguntas fechadas);
- Deve ser redigida de forma compreensível em função das características das pessoas a que se dirigem;
- Deve ser formuladas sem invocar pré –juízos;
- Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira a não ferir a susceptibilidade do inquirido;
- Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na formulação das perguntas:
- Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande esforço de memória;
- Redigi-las de forma pessoal e directa;
- Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);
- Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou valorativas (muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;
- Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível (pensar em quem vai responder ao questionário);
- Pensar no tipo de informação que queremos;
- Pensar se queremos uma resposta geral ou específica
Perguntas a evitar
Perguntas múltiplas (com várias ideias);
Perguntas persuasivas;
Perguntas indefinidas.
O vocabulário
- Verificar se as palavras significam exactamente o que se quer dizer (significado pessoal/significado comum);
- Se não têm outro sentido e, se assim for, se está empregue no contexto que se deseja abordar;
- Se não se prestam a confusão (oral ou por escrito) com outra palavra;
- Se não existirão sinónimos mais fiáveis.
O número e ordem das perguntas
- O questionário deve conter todas as questões necessárias e nenhuma desnecessária;
- Deve ser o mais curto possível;
- Não deve começar com perguntas difíceis. Fazer as questões delicadas a meio do questionário, quando já está criada alguma empatia;
- Evitar colocar seguidas duas questões cuja resposta de uma influencia a resposta da outra (efeito “contágio”);
- Todas as perguntas sobre um aspecto devem aparecer juntas (blocos temáticos);
- Evitar monotonia ou cansaço. Intercalar, em sítios estratégicos, perguntas abertas com fechadas, etc.;
- Começar com perguntas interessantes, que motivem o inquirido. Acabar com perguntas de identificação (não requerem esforço de memória).
O pré-teste
Permite verificar se:
- todas as questões são compreendidas;
- todas as questões são compreendidas da mesma forma por todos (a forma prevista pelo investigador);
- algumas questões são difíceis;
- a lista de categorias de resposta contemplam todas as respostas possíveis;
- todas as respostas são aceites pelas pessoas ou há alguma que provoque recusas (questões sensíveis/assunto desconhecido);
- a ordem das questões é aceitável;
- há rupturas (passagem sem lógica para outro assunto);
- algumas questões influenciam a resposta de outra;
- há questões inúteis (quando todos dão a mesma resposta).
Preenchimento do questionário
- Questionário administrado pelo inquiridor (por entrevista);
- Pelo telefone (não capta reacções);
- Questionário auto-administrado (indicado para questões mais delicadas);
Ética
- Informar os inquiridos da origem, objectivos e entidade que promove o estudo;
- Garantir total liberdade de querer ou não participar ou mesmo abandonar a meio o questionário;
- Garantir o anonimato da informação e questionar o inquirido, se esse for o caso, da possibilidade de os dados poderem ter outro uso, o qual ele deve autorizar.
Grupo - se o objectivo é recolher informação de vários participantes e características comuns
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Directiva - guião da entrevista é rígido, a ordem das perguntas respeita uma lógica
Semi-directiva - o entrevistador conhece os temas sobre os quais tem que recolher informação, mas a ordem e a forma de questionar é livre
Não directiva - convida-se o entrevistado a organizar o seu discurso a partir de um tema proposto e o entrevistador só intervém para encorajar.
Semi-estruturada – o objectivo é a obter dados, obtidos de diferentes entrevistados, passíveis de comparar . Pode haver flexibilidade na ordem
Não estruturada – as questões são colocadas de acordo com o decorrer da conversa. Não existe ordem predefinida
2. Selecção da população e da amostra alvo
3. Definição da temática e dos objectivos da entrevista
4. Estabelecimento do meio de comunicação (oral, escrito,telefone, e-mail, etc), espaço onde decorre a entrevista e do tempo
5. Descriminação das características e perguntas do guião
6. Produção e aspecto gráfico do guião
Aqui fica o resultado da pesquisa efectuada pela equipa Cortomaltese, acerca dos Métodos de recolha de dados
Os dados em investigação educacional
Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.
Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais.
- Procedimento lógico da investigação empírica ao qual compete seleccionar técnicas de recolha e tratamento da informação adequadas, bem como controlar a sua utilização.
- São conjuntos de procedimentos bem definidos e transmissíveis, destinados a produzir certos resultados na recolha e tratamento da informação requerida pela actividade de pesquisa (inquérito por questionário, entrevista, o teste...). Métodos
• Método extensivo (método de medida)
- implica a observação, por meio de um conjunto organizado de perguntas directas ou indirectas, de populações relativamente vastas, a fim de obter respostas susceptíveis de serem tratadas quantitativamente. -
• recurso a populações amplas
• pressupõe o recurso a técnicas de amostragem
• os dados são quantitativamente analisados (classificações, contagem e apresentação).
• Método Intensivo (estudo de casos)
- consiste no exame intensivo, ou seja, em profundidade, utilizando todas as técnicas disponíveis, com a finalidade última de obter uma ampla compreensão do fenómeno na sua totalidade. -
Principais técnicas de recolha de dados
Inquérito por questionário
Vantagens
– Torna possível a recolha de informações sobre grande número de indivíduos;
– Permite comparações precisas entre as respostas dos inquiridos;
– Possibilita a generalização dos resultados da amostra à totalidade da população.
Desvantagens
– O material recolhido pode ser superficial. As perguntas padronizadas não permitem captar diferenças de opinião significativas ou subtis entre os inquiridos;
– As respostas podem dizer respeito mais ao que as pessoas dizem que pensam do que ao que efectivamente pensam – importância da relação inquiridor/inquirido;
– Forma como é aplicado pode penalizar o curso do trabalho de investigação;
– Formulação das questões é muito exigente (forma/linguagem…);
– Técnica que implica custos elevados.
O inquérito é a aplicação de um questionário com perguntas concretas sobre uma determinada realidade, as quais devem suscitar no inquirido respostas sinceras e claras. Posteriormente, essas respostas virão a ser cientificamente analisadas e classificadas.Objectivo geral do inquérito por questionário:
- obter de maneira sistemática e ordenada informação sobre uma determinada população a investigar, ou seja, aquilo que fazem, pensam, opinam, sentem, aprovam ou desaprovam, os motivos dos seus actos…
Objectivos específicos do inquérito por questionário:
- Estimar grandezas “absolutas” – número de pessoas que gostaria de receber formação; número de pessoas com uma certa opinião;
- Elaborar uma estimativa das grandezas “relativas” – criar tipologias. Por exemplo, para cada grupo da população criar estimativas sobre o interesse em determinada intervenção formativa;
- Descrever uma população ou sub-população
- Determinar as características de uma população, dos que afirmam ter uma certa opinião, etc;
- Verificar hipóteses – relações entre duas ou mais variáveis.
Instrumento rigorosamente estandardizado tanto no texto como na ordem das questões…
- … de forma a garantir a comparabilidade das respostas de todos os indivíduos…
- … logo, as questões devem ser colocadas sempre da mesma forma, sem adaptações nem explicações adicionais por parte do inquiridor…
- … se surgir essa necessidade é porque a questão foi mal formulada.
“Uma boa questão nunca deve sugerir uma resposta em particular, não deve exprimir nenhuma expectativa e não deve excluir nada do que possa passar pela cabeça da pessoa a quem vai ser colocada.”
As questões
Uma boa pergunta é aquela que:
- Não influencia a resposta;
- Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da informação que se pretende obter;
- Deve ser formulada de forma a requer uma afirmação ou negação ou, então a eleição de uma categoria (sobretudo as perguntas fechadas);
- Deve ser redigida de forma compreensível em função das características das pessoas a que se dirigem;
- Deve ser formuladas sem invocar pré –juízos;
- Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira a não ferir a susceptibilidade do inquirido;
- Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na formulação das perguntas:
- Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande esforço de memória;
- Redigi-las de forma pessoal e directa;
- Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);
- Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou valorativas (muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;
- Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível (pensar em quem vai responder ao questionário);
- Pensar no tipo de informação que queremos;
- Pensar se queremos uma resposta geral ou específica
Perguntas a evitar
Perguntas múltiplas (com várias ideias);
Perguntas persuasivas;
Perguntas indefinidas.
O vocabulário
- Verificar se as palavras significam exactamente o que se quer dizer (significado pessoal/significado comum);
- Se não têm outro sentido e, se assim for, se está empregue no contexto que se deseja abordar;
- Se não se prestam a confusão (oral ou por escrito) com outra palavra;
- Se não existirão sinónimos mais fiáveis.
O número e ordem das perguntas
- O questionário deve conter todas as questões necessárias e nenhuma desnecessária;
- Deve ser o mais curto possível;
- Não deve começar com perguntas difíceis. Fazer as questões delicadas a meio do questionário, quando já está criada alguma empatia;
- Evitar colocar seguidas duas questões cuja resposta de uma influencia a resposta da outra (efeito “contágio”);
- Todas as perguntas sobre um aspecto devem aparecer juntas (blocos temáticos);
- Evitar monotonia ou cansaço. Intercalar, em sítios estratégicos, perguntas abertas com fechadas, etc.;
- Começar com perguntas interessantes, que motivem o inquirido. Acabar com perguntas de identificação (não requerem esforço de memória).
O pré-teste
Permite verificar se:
- todas as questões são compreendidas;
- todas as questões são compreendidas da mesma forma por todos (a forma prevista pelo investigador);
- algumas questões são difíceis;
- a lista de categorias de resposta contemplam todas as respostas possíveis;
- todas as respostas são aceites pelas pessoas ou há alguma que provoque recusas (questões sensíveis/assunto desconhecido);
- a ordem das questões é aceitável;
- há rupturas (passagem sem lógica para outro assunto);
- algumas questões influenciam a resposta de outra;
- há questões inúteis (quando todos dão a mesma resposta).
Preenchimento do questionário
- Questionário administrado pelo inquiridor (por entrevista);
- Pelo telefone (não capta reacções);
- Questionário auto-administrado (indicado para questões mais delicadas);
Ética
- Informar os inquiridos da origem, objectivos e entidade que promove o estudo;
- Garantir total liberdade de querer ou não participar ou mesmo abandonar a meio o questionário;
- Garantir o anonimato da informação e questionar o inquirido, se esse for o caso, da possibilidade de os dados poderem ter outro uso, o qual ele deve autorizar.
Entrevista
Entrevista é uma situação, mais ou menos formal, provocada pelo entrevistador. Decorre num espaço e num tempo que estruturam a interacção durante a entrevista.
Como caracterizar as entrevistas quanto ao número de sujeitos inquiridos?
Individual - se o objectivo é recolher informação sobre o entrevistado, pode não seguir uma estrutura rígida Grupo - se o objectivo é recolher informação de vários participantes e características comuns
Como se podem diferenciar as entrevistas relativamente aos temas em análise?
Directiva - guião da entrevista é rígido, a ordem das perguntas respeita uma lógica
Semi-directiva - o entrevistador conhece os temas sobre os quais tem que recolher informação, mas a ordem e a forma de questionar é livre
Não directiva - convida-se o entrevistado a organizar o seu discurso a partir de um tema proposto e o entrevistador só intervém para encorajar.
Como diferenciar entrevistas quanto à estruturação?
Estruturada – obedece a estruturação prévia para a sua concretização. Obedece a uma ordem rígida” Semi-estruturada – o objectivo é a obter dados, obtidos de diferentes entrevistados, passíveis de comparar . Pode haver flexibilidade na ordem
Não estruturada – as questões são colocadas de acordo com o decorrer da conversa. Não existe ordem predefinida
Como construir um guião para uma entrevista?
1. Caracterização dos entrevistados (idade, escolaridade, localidade,…)2. Selecção da população e da amostra alvo
3. Definição da temática e dos objectivos da entrevista
4. Estabelecimento do meio de comunicação (oral, escrito,telefone, e-mail, etc), espaço onde decorre a entrevista e do tempo
5. Descriminação das características e perguntas do guião
6. Produção e aspecto gráfico do guião
7. Validação da entrevista pela análise critica, por outros indivíduos de relevo
Etapas do processo de investigação 2
Independentemente da estrutura do fluxograma consensual, julgo que o esquema apresentado pela colega Vanda Carvalho, contemplam todos os requisitos pertinentes no processo de investigação
Etapas do processo de investigação
A ideia de investigação pressupõe que existam problemas, o objectivo da investigação exige que eles sejam formulados" (Grawitz, Methodes des sciences sociales, Paris, Dalloz, 1986, p. 610).
Considerando os fluxogramas apresentados, e apesar de distintos, têm muitos pontos comuns, logo, mais ou menos exploradas, todas as fases e etapas estão representadas.
Considerando os fluxogramas apresentados, e apesar de distintos, têm muitos pontos comuns, logo, mais ou menos exploradas, todas as fases e etapas estão representadas.
A investigação quantitativa tem-se revelado o paradigma dominante das questões da investigação educacional. Na verdade, os métodos estatísticos, quantitativos, utilizados têm sido a nossa principal fonte de resultados relativamente ao ensino, fruto dos modelos matemáticos utilizados, em consequência de o investigador testar hipóteses, identificar relações e descrever situações.
A investigação qualitativa permite aos investigadores na educação trabalhar aspectos cognitivos e mecanismos/processos de pensamento que a investigação quantitativa nunca poderia satisfazer.
O paradigma quantitativo fundamenta-se no positivismo de Comte e define-se por uma interpretação objectiva dos factos, onde cada fenómeno só tem uma resolução/interpretação objectiva, científica, o paradigma qualitativo fundamenta-se no idealismo de Kant, onde não há uma única e objectiva interpretação da realidade existindo tantas quanto aqueles que a estudam.
A investigação qualitativa visa mais um aprofundamento do estudo, partindo daquilo que não é observável, do que está nos "bastidores" das razões do fenómeno ocorrido. Aqui não há preocupação com a generalização de resultados nem com a validade dos instrumentos utilizados, já que o investigador é o verdadeiro protagonista da recolha de dados, dependendo de si, da sua sensibilidade, do seu conhecimento, muitos dos resultados obtidos.
sábado, 30 de outubro de 2010
Fluxogramas, debate
Discussão em fórum dos fluxogramas produzidos; debate sobre as etapas do processo de investigação; debate sobre os métodos de investigação em educação.
A minha primeira interveção no debate, versava sobre quais os paradigmas em investigação educacional?
Que relação entre paradigmas e métodos?
Como já foi referido em posts anteriores, actualmente são três os modelos de referência (apesar de não ser consensual a sua divisão e até a sua terminologia):
- Quantitativo ( positivista, empírico-analítico, racionalista);
- Qualitativo (Interpretativo, hermenêutico, naturalista);
- Socio-critico (ou emancipatório).
O paradigma da investigação dita quantitativa tem sido o dominante da investigação social, na qual se inclui naturalmente a educação. O paradigma positivista tem da realidade uma noção estática, simplificadora e convergente. Neste paradigma o investigador situa-se num plano externo em relação à investigação, podendo assumir um papel mais neutro e não integrativo enquanto o sujeito é um simples objecto da investigação.
As análises de Kuhl (1970) foram responsáveis pela mudança de paradigma, por o anterior se mostrar incapaz de resolver ou responder a problemas que se iam colocando. Apareceu assim a investigação qualitativa (também conhecida como interpretativa), dando mais importância aos pormenores descritivos, onde são consideradas várias interpretações da realidade, consoante o número de investigadores. Em relação ao terceiro paradigma, sócio-critico, mais abrangente, o objecto de investigação recai na sociedade, nos grupos e indivíduos.
Segundo Bravo (1998) este paradigma, baseia-se nos seguintes pressupostos: a)- nem a ciência nem os procedimentos metodológicos empregues são "assépticos" puros e objectivos. A investigação constrói-se a partir das necessidades naturais da espécie humana e depende das condições históricas e sociais. A ciência é apenas um tipo de conhecimento entre outros;
b)- o tipo de explicação da realidade que oferece a ciência não é objectiva nem neutra, o conhecimento humano possui três interesses: técnico, prático e emancipatório;
c)- é a ideologia que possibilita a compreensão do real de cada indivíduo, descobrindo os seus verdadeiros interesses. A emancipação realiza-se nos aspectos libidinal, institucional e ambiental.
Tentando colaborar no debate, há uma frase que a Alexandra escreveu, que de alguma forma me suscitou interesse, e que passo a citar "…Caberá aos investigadores decidir qual o paradigma que melhor se adapta ao problema que levantaram e para o qual procuram conclusões relevantes…"
Deixo então a seguinte questão:
Será que a definição do problema e das questões metodológicas é subsidiária do paradigma de investigação ou o paradigma é subsidiário da definição do problema e das questões metodológicas?
A minha primeira interveção no debate, versava sobre quais os paradigmas em investigação educacional?
Que relação entre paradigmas e métodos?
Como já foi referido em posts anteriores, actualmente são três os modelos de referência (apesar de não ser consensual a sua divisão e até a sua terminologia):
- Quantitativo ( positivista, empírico-analítico, racionalista);
- Qualitativo (Interpretativo, hermenêutico, naturalista);
- Socio-critico (ou emancipatório).
O paradigma da investigação dita quantitativa tem sido o dominante da investigação social, na qual se inclui naturalmente a educação. O paradigma positivista tem da realidade uma noção estática, simplificadora e convergente. Neste paradigma o investigador situa-se num plano externo em relação à investigação, podendo assumir um papel mais neutro e não integrativo enquanto o sujeito é um simples objecto da investigação.
As análises de Kuhl (1970) foram responsáveis pela mudança de paradigma, por o anterior se mostrar incapaz de resolver ou responder a problemas que se iam colocando. Apareceu assim a investigação qualitativa (também conhecida como interpretativa), dando mais importância aos pormenores descritivos, onde são consideradas várias interpretações da realidade, consoante o número de investigadores. Em relação ao terceiro paradigma, sócio-critico, mais abrangente, o objecto de investigação recai na sociedade, nos grupos e indivíduos.
Segundo Bravo (1998) este paradigma, baseia-se nos seguintes pressupostos: a)- nem a ciência nem os procedimentos metodológicos empregues são "assépticos" puros e objectivos. A investigação constrói-se a partir das necessidades naturais da espécie humana e depende das condições históricas e sociais. A ciência é apenas um tipo de conhecimento entre outros;
b)- o tipo de explicação da realidade que oferece a ciência não é objectiva nem neutra, o conhecimento humano possui três interesses: técnico, prático e emancipatório;
c)- é a ideologia que possibilita a compreensão do real de cada indivíduo, descobrindo os seus verdadeiros interesses. A emancipação realiza-se nos aspectos libidinal, institucional e ambiental.
Tentando colaborar no debate, há uma frase que a Alexandra escreveu, que de alguma forma me suscitou interesse, e que passo a citar "…Caberá aos investigadores decidir qual o paradigma que melhor se adapta ao problema que levantaram e para o qual procuram conclusões relevantes…"
Deixo então a seguinte questão:
Será que a definição do problema e das questões metodológicas é subsidiária do paradigma de investigação ou o paradigma é subsidiário da definição do problema e das questões metodológicas?
Fluxograma
Após o trabalho de investigação efectuado elaborámos o fluxograma que se segue cujo conteudo abrange 6 etapas que consideramos essenciais para o desenvolvimento de um trabalho de investigação.
Como citar as fontes usadas numa investigação?
A terminologia "Fontes" pode contemplar dois tipos distintos:
1 - As referências relevantes de pesquisa: de acordo com as normas da APA (http://www.apastyle.org) devem estar organizadas por ordem alfabética e de acordo com orientações genéricas que se distinguem pelas referências de origem onde se destacam a proveniência de Livro, Capítulos de livro, Artigo, Tese de Doutoramento ou Mestrado, Comunicação não publicada, Comunicação publicada, Documento electrónico (periódico), Documento electrónico.
2 - Fontes para recolha de dados podem ser caracterizadas como:
Primárias: (1ª mão...): artefactos, esqueletos, pedras, fósseis, moedas, arte, documentos, livros antigos, jornais, etc.
Secundárias: (2ª mão): crónicas, relatos, cartas bíblicas, etc.
1 - As referências relevantes de pesquisa: de acordo com as normas da APA (http://www.apastyle.org) devem estar organizadas por ordem alfabética e de acordo com orientações genéricas que se distinguem pelas referências de origem onde se destacam a proveniência de Livro, Capítulos de livro, Artigo, Tese de Doutoramento ou Mestrado, Comunicação não publicada, Comunicação publicada, Documento electrónico (periódico), Documento electrónico.
2 - Fontes para recolha de dados podem ser caracterizadas como:
Secundárias: (2ª mão): crónicas, relatos, cartas bíblicas, etc.
Como deve ser organizado um relatório de investigação?
Índice
Resumo
Introdução
Apresentar a estrutura do trabalho.
Enquadrar a investigação na estratégia
Recolha de dados: por ex.: se for a entrevista (caracterizar a técnica da entrevista como uma técnica de inquérito, tipos de entrevista, caracterizar detalhadamente o tipo de entrevista que utilizou/ou que pretendeu realizar…).
Análise de dados: Análise de conteúdo (fundamentar a técnica)
Caracterização dos sujeitos entrevistados
Síntese e pistas de investigação decorrentes das análises realizadas.
Reflexão Crítica sobre a Metodologia e sua ligação com os resultados encontrados.
Identificação de problemas orientadores da continuação da pesquisa da temática estudada.
Sugestões metodológicas para o prosseguimento do estudo.
Protocolos das entrevistas (transcrição integral).
Produtos intermédios das análises (listagens de unidades de registo por temas; grelhas com unidades de registo).
Produtos resultantes/finais das análises (tabelas e gráficos)
Ficha individual dos entrevistados.
Quais as etapas a percorrer num processo de investigação?
1. Formulação do problema: que questões vamos fazer, quais os objectivos a atingir
2. Definir a metodologia a utilizar: como fazer o estudo, que dados, procurar, onde e quando os vou recolher, quem os vai recolher, quais as técnicas a utilizar.
3. Trabalho de recolha de dados: Consiste em fazer os questionários, as entrevistas, observar, ler documentos.
4. Análise dos dados: temos que organiza-los, analisa-los (quadros, gráficos)
5. Conclusão: concluir a partir dos resultados da análise dos dados
6. Redacção: apresentar o trabalho através de um relatório escrito
2. Definir a metodologia a utilizar: como fazer o estudo, que dados, procurar, onde e quando os vou recolher, quem os vai recolher, quais as técnicas a utilizar.
3. Trabalho de recolha de dados: Consiste em fazer os questionários, as entrevistas, observar, ler documentos.
4. Análise dos dados: temos que organiza-los, analisa-los (quadros, gráficos)
5. Conclusão: concluir a partir dos resultados da análise dos dados
6. Redacção: apresentar o trabalho através de um relatório escrito
Quais as características de um bom problem a de investigação?
(...) uma investigação científica que investiga um fenómeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenómeno e o contexto não estão claramente definidos; enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidência (...) e beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a colecta e análise dos dados. (YIN, 23001, p. 32-33).
Como começar uma investigação? continuação
O primeiro passo numa investigação surge quando se encontra a resposta a uma pergunta, dificuldade ou problema (escolha de uma área problemática). Em educação, o problema formula-se na forma de questão (investigação voltada para a compreensão ou explicação de um fenómeno) ou como uma resposta.
Se à partida nos pode parecer fácil definir um problema para estudo (não faltam fenómenos por compreender ou situações a alterar no comportamento individual e de grupo). Pior ainda se a situação não estiver clara logo de inicio, podendo-se afirmar que bastante tempo e custos seriam economizados se tudo fosse devidamente definido à partida. Uma má formulação do problema pode levar-nos a investigar falsas realidades e, Tukey (1962, p. 13), "é preferível de longe uma respostas aproximada à pergunta certa que por vezes é vaga, do que uma resposta exacta à pergunta errada, que pode tornar-se sempre precisa.
A definição de um problema pode ser feita através de um raciocínio indutivo ou dedutivo. No primeiro caso, vários fenómenos singulares são observados e, a partir deles, procura-se chegar a algo que os unifica (parte-se assim do especifico para o geral). Por exemplo, numa turma com os alunos com mais dificuldades de aprendizagem (A) referem ter problemas relacionais em casa (B), nessa altura poder-se-ia tentar investigar se as dificuldades escolares são explicáveis pelos problemas familiares (B ------>A). No método dedutivo, o mais recente na investigação cientifica (Popper, 1959), o ponto de partida não são as observações singulares, mas as teorias já existentes. Neste caso, parte-se de "ideias gerais e abstractas de modo a extrair dados específicos e particulares" (Pinto, 1990, pág. 14) ou seja, parte-se de um conjunto de premissas para a sua verificação. Por exemplo, será que as expectativas negativas de um professor em relação ao rendimento de um aluno acabam por influenciar negativamente a sua progressão na aprendizagem?
Por norma, qualquer estudo ou investigação termina sugerindo novas pistas e colocando novas questões para prosseguimento das análises, permitindo poupar tempo e meios, dirigindo a investigação para aspectos ainda não devidamente esclarecidos e potencialmente interessantes.
Como começar uma investigação?
Uma investigação inicia-se sempre pela definição de um problema. Um problema pode ser formulado através de uma questão ou como uma resposta (Almeida & Freire, 2003). Deve ser formulada de forma objectiva, clara e directa. Face ao volume de problemas e de incertezas do conhecimento cientifico na educação poderíamos ser tentados a pensar que esta definição se encontra facilitada. Pelo contrario, tais aspectos mais complicam do que facilitam, sendo obviamente necessário um conhecimento aprofundado dos fenómenos em causa e uma analise profunda das variáveis que lhes estão associadas, tendo em vista a delimitação e identificação do problema.
No quadro seguinte apresentam-se as fases da metodologia de investigação subjacentes à definição de um problema e à definição de um modelo para o seu estudo (in Almeida, L., e Freire, T. 2000).
Fases na definição de um problema e de um modelo | ||
Fases | Caracterização | Estratégias |
1- Definição do problema | Identificar e descrever Estabelecer relações Apreciar pertinência Precisar o objectivo | Teoria existente Observação directa Investigação anteriores Problemas anteriores |
2- Revisão bibliográfica | Situar o problema Consulta a base de dados Precisar a metodologia | Debates, especialistas Sínteres temáticas |
3- Formulação das hipóteses | Definir a hipótese experimental, a hipótese nula e as hipóteses alternativas | Possíveis explicaçoes a testar para os dados que se venham a obter |
4- Definição das variáveis | Identificar as unidades a observar e a controlar Definir os papéis das variáveis Precisar a medida das variáveis | Especificar o que se quer controlar Especificar as relações, as influências e o seu sentido Indicar as escalas de medida a usar por variável |
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Como caracterizar um estudo de caso em investigação?
“O estudo de caso consiste na observação detalhada de um contexto ou indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico” (Merriam, 1988).
“Os estudos de caso têm em comum uma certa dedicação ao conhecimento e descrição do ideossincrático e específico como legítimo em si mesmo” (Walker, 1993).
“ O estudo de caso é o exame de um exemplo em acção, ou seja,
- a tentativa de compreensão (que pode ser interpretativa, explicativa, descritiva e/ou exploratória)(exame);
- de uma unidade individual de estudo (acontecimento, indidíduo, organização, grupo, etc.) (exemplo);
- que se identifique pelo seu carácter interactivo e psicossocial (acção).
De entre os vários autores consultados Benbasat et al (1987) consideram que um estudo de caso deve possuir as seguintes características:
- Fenómeno observado no seu ambiente natural;
- Dados recolhidos utilizando diversos meios (Observações directas e indirectas, entrevistas, questionários, registos de áudio e vídeo, diários, cartas, entre outros);
- Uma ou mais entidades (pessoa, grupo, organização) são analisadas;
- Dados recolhidos utilizando diversos meios (Observações directas e indirectas, entrevistas, questionários, registos de áudio e vídeo, diários, cartas, entre outros);
- Uma ou mais entidades (pessoa, grupo, organização) são analisadas;
- A complexidade da unidade é estudada aprofundadamente;
- Pesquisa dirigida aos estágios de exploração, classificação e desenvolvimento de hipóteses do processo de construção do conhecimento;
- Não são utilizados formas experimentais de controlo ou manipulação;
- O investigador não precisa especificar antecipadamente o conjunto de variáveis dependentes e independentes;
- Os resultados dependem fortemente do poder de integração do investigador;
- Podem ser feitas mudanças na selecção do caso ou dos métodos de recolha de dados à medida que o investigador desenvolve novas hipóteses;
- Pesquisa dirigida aos estágios de exploração, classificação e desenvolvimento de hipóteses do processo de construção do conhecimento;
- Não são utilizados formas experimentais de controlo ou manipulação;
- O investigador não precisa especificar antecipadamente o conjunto de variáveis dependentes e independentes;
- Os resultados dependem fortemente do poder de integração do investigador;
- Podem ser feitas mudanças na selecção do caso ou dos métodos de recolha de dados à medida que o investigador desenvolve novas hipóteses;
- Pesquisa envolvida com questões "como?" e "porquê?" ao contrário de “o quê?” e “quantos?”
Os estudos de caso têm em comum a dedicação ao conhecimento e descrição do ideossincrático e específico como legítimo em si mesmo. O investigador não está preocupado com a generalização.
O contraste não se faz entre quantitativo e qualitativo, mas entre amostras e casos.
Principal característica que distingue esta metodologia de investigação:
Plano de investigação que se concentra no estudo pormenorizado e aprofundado, no seu contexto natural, de uma entidade bem definida.
“O estudo de caso consiste na observação detalhada de um contexto ou indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico”(Merriam, 1988).
Que métodos se podem definir em investigação educacional?
“Cada vida humana revela-se mesmo nos seus aspectos menos generalizáveis como uma síntese vertical de uma história social. Cada comportamento e acto social aparecem, nas suas formas mais úteis, como a síntese horizontal de uma estrutura social (…) o nosso sistema social encontra-se todo ele, inteiro, nos nossos actos, nos nossos sonhos, delírios, obras, comportamentos e a história desse sistema encontra-se na íntegra na história da nossa vida individual”” (Ferrarotti, 1990)
- Abordagem biográfica
- Estudo de caso
“O estudo de caso consiste na observação detalhada de um contexto ou indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico".(Merriam, 1988)
- Abordagem etnográfica
“A etnografia é uma descrição ou reconstrução analítica de cenários ou grupos culturais intactos”.
(LeCompte e Goetz,1988)
Os estudos etnográficos, segundo Atkinson e Hammersley (2000, in Afonso, 2005) caracterizam-se por centrarem o foco da investigação na exploração da natureza de fenómenos sociais específicos, em vez de procurarem hipóteses a seu respeito.
- Investigação – acção
“É uma forma de inquérito auto-reflexivo, realizado por participantes em situações sociais, de forma a melhorar a racionalização e a adequação das suas práticas sociais ou educacionais e o entendimento dessas práticas e situações em que elas são realizadas” (Kemmis, 1993)
domingo, 24 de outubro de 2010
Quais as grandes diferenças entre investigação quantitativa e qualitativa?
Na investigaçao qualitativa a fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal; é descritiva; os investigadores interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos; o significado é de importância vital na abordagem qualitativa.
A investigação quantitativa baseia-se em técnicas de recolha, apresentação e analise de dados que permitem a sua quantificação e o seu tratamento através de métodos estatísticos.
Neste pequeno artigo o Professor Doutor Domingos Fernandes explica-nos tudo relativamente a esta questão duma forma clara e numa linguagem acessível.
De salientar, que qualitativo não é "inimigo" de quantitativo, mas que ambos se complementam.
Quais os paradigmas em que se pode inserir a investigação educacional?
A investigação educacional pode ser inserida dentro dos paradigmas Positivista/normativo, Interpretativo e Crítico. Todavia, o paradigma que tende a tornar-se dominante, designado por interpretativo ou hermeneutico ou, por vezes, por naturalista, segundo Borbalan, so ganha campo crescente em França, nos anos 80. Origina em toda a parte uma explosão de estudos qualitativos, descritivos, em que a entrevista em profundidade, a observação participante, o estudo de caso, a biografia e os documentos autobiográficos, se tornam métodos ou apenas instrumentos priviligiados.
Perspectiva Positivista
- Mecanicista/ Busca a generalização
- Reducionista
- Exclui a pessoa, converte-a em meio
- Objecto de estudo
Perspectiva Humanista
- Estuda a pessoa “ como um todo” numa perspectiva fenomenológica
- Estuda a experiência directa das pessoas no quadro dos seus contextos específicos
- Valoriza a pessoa, sujeito de conhecimento.
RUPTURA COM O POSITIVISMO
- Substituição da objectividade epistémica - metodológica pela subjectividade;
- Substituição da perspectiva empírica – analítica pela interpretativa;
- Substituição da visão sincrónica do conhecimento por um enfoque dinâmico – temporal;
- Substituição da crença num desenvolvimento científico linear e cumulativo pela credibilização da investigação centrada no ser humano e nas relações sociais.
- Substituição de uma abordagem redutora da complexidade do comportamento humano pela prova da relação dialéctica entre a acção humana e os contextos em que ocorre.
Segundo Guba & Lincoln,1994, existem 3 questões que nos ajudam a definir um paradigma de investigação:
1. A questão ontológica pergunta: Qual é a natureza da realidade?
2. A questão epistemológica pergunta: Qual é a natureza do conhecimento e as relações entre o sujeito e o objecto de conhecimento?
3. A questao metodológica pergunta: Como pode o sujeito conhecer o objecto de conhecimento?
Tema 1
A metodologia a adoptar nesta unidade curricular, é marcada pelo desenvolvimento de uma comunidade de aprendizagem à volta das temáticas relativas à investigação em Educação. São, por conseguinte, privilegiadas posturas de trabalho e aprendizagem colaborativa.
Nesta primeira temática analisaremos os paradigmas e métodos de investigação em educação e as etapas principais do processo de pesquisa. Para potenciar o trabalho colaborativo, a turma dividiu-se em grupos. O meu grupo ao longo deste semestre é constituido pelo Carlos Carvalho, Catarina Oliveira e a Maria Francisco, somos a equipa CortoMaltese.segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Paradigmas e Métodos de Investigação em Educação
“Um paradigma é uma forma de ver o mundo aceite num dado momento por uma dada comunidade científica” Kuhn (1962). |
1, 2, 3 Partida !
Este e-portefólio foi criado para ser um espaço de análise e reflexão pessoal de todo o percurso a realizar durante este semestre à unidade curricular Metodologias de Investigação em Educação do Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia da Universidade Aberta.
O primeiro tema é dedicado a procurar identificar paradigmas e métodos de investigação em Educação, a definir as etapas do processo investigativo e a traçar as características de um relatório de investigação.
O primeiro tema é dedicado a procurar identificar paradigmas e métodos de investigação em Educação, a definir as etapas do processo investigativo e a traçar as características de um relatório de investigação.
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